Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Talibã anuncia morte de tradutor de italiano

Militantes talibãs anunciaram, no domingo (8/4), a morte do repórter afegão Ajmal Naqshbandi, que havia sido seqüestrado no início de março junto com o jornalista italiano Daniele Mastrogiacomo. ‘Nós matamos Ajmal porque o governo não atendeu nossos pedidos’, afirmou um porta-voz do líder militar do Talibã Mullah Dadullah. ‘Ele foi decapitado’, detalhou, completando que líderes do grupo decidiriam se iriam devolver o corpo à família.

Mais cedo, no domingo, outro representante do Talibã havia dito que a execução de Naqshbandi ocorreria na segunda-feira (9/4), a não ser que o governo concordasse em libertar mais insurgentes presos. O jornalista teria sido morto no mesmo dia porque o governo não entrou em contato com o Talibã.

Naqshbandi foi capturado na violenta província afegã de Helmand em 4/3 quando trabalhava como intérprete para Mastrogiacomo – libertado duas semanas após o seqüestro depois de uma controversa troca por cinco prisioneiros talibãs. O motorista afegão que acompanhava os jornalistas foi morto antes da soltura de Mastrogiacomo.

Sem acordo

O presidente Hamid Karzai havia dito que não seriam feitos mais acordos com o Talibã, e que a troca por Mastrogiacomo se tratava de uma ‘situação extraordinária’. Segundo ele, o acordo foi feito porque o governo italiano, que possui 1.800 soldados em missão no Afeganistão, poderia ruir.

O jornal italiano La Reppublica, para onde Naqshbandi trabalhava como tradutor, expressou ‘consternação’ com a notícia da execução do jornalista. ‘Nós condenamos este crime absurdo’, completou o primeiro-ministro Romano Prodi.

Segundo o porta-voz do departamento de Segurança Nacional americano, Gordon Johndroe, ‘este assassinato bárbaro nos lembra a razão primordial pela qual os EUA e a Otan estão no Afeganistão: para ajudar as boas pessoas daquele país a derrotar os extremistas do Talibã e seus aliados da al-Qaeda’.

O Talibã ainda mantém reféns dois franceses e três afegãos, funcionários da organização humanitária Terre d´Enfance, seqüestrados na semana passada na província de Nimroz. Informações de Nasrat Shoaib [AFP, 8/4/07].