Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Textos criativos, projeto inovador

A Velha Guarda dos Jornalistas do Distrito Federal lamenta informar que faleceu nesta terça-feira (1/2) à noite, por volta da meia-noite, o poeta e jornalista Reynaldo Jardim, 84, em decorrência do rompimento de um aneurisma abdominal. O velório ocorrerá entre as 15h e 18h na capela 6 do Cemitério da Esperança, onde ele será enterrado em seguida. Reynaldo deixa a esposa, Elaina Maria Daher, os três filhos do casal, Rafael, Gabriel e Micael, e a filha Teresa, de seu primeiro casamento.

Do site do poeta Antonio Miranda extraímos os seguintes dados biográficos de Reynaldo Jardim:

Reynaldo Jardim nasceu em São Paulo no dia 13 de dezembro de 1926.

Entre outras atividades profissionais, participou, nos anos 50, da reforma do Jornal do Brasil – onde criou e editou o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o Caderno de Domingo e o Caderno B. Ainda no mesmo grupo, dirigiu a Radio Jornal do Brasil O Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o SDJB, passou de páginas de receitas de bolo ao mais importante suplemento literário de poesia concreta do Brasil, por onde passaram críticos e escritores de grande nome, como Oliveira Bastos, Mário Faustino, entre outros. Antes disso, fora redator das revistas O Cruzeiro e Manchete, exerceu cargos de chefia na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mauá, na Rádio Globo e na Rádio Nacional, todas no Rio de Janeiro, e na Rádio Excelsior de São Paulo.

Ao se demitir do JB, em 1964, Reynaldo Jardim continuou a exercer atividades de grande destaque na imprensa do Rio de Janeiro: foi diretor da revista Senhor e diretor de telejornalismo da recém-inaugurada TV Globo. Já em 1967, criou o jornal-escola O Sol [a história do jornal, pioneiro da imprensa alternativa brasileira, foi contada em filme documentário dirigido por Tetê Moraes e Martha Alencar, com depoimentos de grandes figuras de destaque no cenário cultural da época, como Ziraldo, Zuenir Ventura, Arnaldo Jabor, Chico Buarque, Caetano Veloso, Carlos Heitor Cony e Fernando Gabeira], sem dúvida um marco na história da imprensa brasileira, com textos criativos e projeto gráfico inovador. Dirigiu o Correio da Manhã no período de 1967 a 1972. Trabalhou em diversas capitais brasileiras até chegar a Brasília, em 1988.

Realizou, também, reformas gráficas em jornais de diversas capitais do Brasil, como A Crítica (Manaus, Amazonas), O Liberal (Belém, Pará), Gazeta do Povo (Curitiba, Paraná), Jornal de Brasília (Brasília, DF) e Diário da Manhã (Goiânia, Goiás). Em Brasília, foi editor do caderno Aparte, do Correio Braziliense, e diretor executivo da Fundação Cultural do Distrito Federal.

Tem dez [no ano passado, Reynaldo ganhou o Prêmio Jabuti, tendo sido classificado em segundo lugar na categoria poesia pela Câmara Brasileira do Livro] livros de poesia publicados, entre eles Joana em Flor e Maria Bethânia, Guerreira, Guerrilha. Seu mais recente livro é A Lagartixa Escorregante na Parede de Domingo. Como poeta compulsivo, Reynaldo Jardim manteve a única coluna diária de poesia em jornal no Caderno B do Jornal do Brasil de 2004 a 2006, quando a coluna passou a semanal. Em 1968 havia tido a mesma experiência, de um poema por dia, no Jornal de Vanguarda, exibido pela TV Rio quando, ao vivo, comentava em versos o acontecimento mais importante do dia.

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Jornalista, Brasília, DF