Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

TV paga nos EUA perde assinantes

A crise na economia está atingindo os americanos onde muitos costumam gastar a maior parte de seu tempo livre: a TV. É alto o número de pessoas cancelando suas assinaturas de TV paga, segundo análise da AP. Há um ano, a indústria de TV por assinatura registrou uma pequena perda nos lucros. Até agora, a queda deste ano tem sido bem maior. A causa principal parece ser o alto e consistente índice de desemprego e a crise no mercado imobiliário – que fez com que muitos jovens voltassem a morar com os pais, reduzindo a necessidade de uma conta à parte de TV paga.

Estima-se que um outro motivo seja a troca das assinaturas por vídeos na internet. Se isto se confirmar, telespectadores podem esperar mais restrições em vídeos online. Em junho, a Nielsen disse que americanos na faixa etária de 18 a 34 anos que veem mais vídeos na web tendem a assistir a menos TV. A Fox já está atrasando reexibições no site de vídeos Hulu em uma semana, a não ser que o internauta pague uma assinatura mensal de US$ 8. Para Glenn Britt, CEO da Time Warner Cable, no entanto, o efeito de vídeos via web nos assinantes de TV paga ainda é muito modesto.

Primeira queda trimestral

Segundo a análise da AP, oito entre nove grandes fornecedores de TV por assinatura nos EUA perderam 197.700 assinantes no período de abril a junho – de um total de 83,2 milhões de assinantes, ou 70% dos lares. O grupo analisado inclui quatro das cinco maiores empresas de cabo, que vêm perdendo assinantes há alguns anos, e também empresas de telefonia como Verizon e AT&T, além de emissoras via satellite, como DirecTV e Dish Network. A análise da AP exclui a Cox Communications, terceira maior provedora de TV a cabo, que não revela o número de assinantes.

O analista Craig Moffett, da Sanford Bernstein, estima que a indústria de TV por assinatura tenha perdido 380 mil assinantes no último trimestre – cerca de um em cada 300 lares americanos e mais de duas vezes as perdas no segundo trimestre do ano passado. Ian Olgeirson, da SNL Kagan, coloca este número ainda mais para cima: de 425 mil a 450 mil assinantes perdidos.

O segundo trimestre é sempre o pior do ano para empresas de cabo e satélite, pois estudantes cancelam a assinatura no final do semestre. No ano passado, o crescimento voltou no quarto trimestre. Mas, analisando os últimos 12 meses, a indústria ainda está em baixa. Para complicar, a indústria não está mais sendo afetada pela primeira onda de crescimento, portanto, as pessoas que estão cancelando por estarem desempregadas são mais numerosas do que o pequeno número de assinantes que nunca tiveram TV a cabo ou satélite. Informações de Peter Svensson [USA Today, 11/8/11].