O desenvolvimento de sítios para exibir vídeos caseiros entre internautas, como o YouTube.com, está proporcionando aos usuários assistir a imagens sem filtros sobre como está sendo o conflito entre Israel e Líbano e como ela afeta quem está no olho do furacão.
Os vídeos incluem relatos simples, alguns pontos de vista políticos e geralmente são anônimos. Na terça-feira (27/7), por exemplo, havia vídeos no YouTube.com exibindo pessoas sendo atingidas por ataques de bomba israelenses no Líbano. São imagens que não costumam estar nas transmissões televisivas (o corpo dilacerado de uma criança, um bebê gravemente ferido no leito de um hospital, uma pessoa em chamas na rua). No outro lado da história, um vídeo, por exemplo, é filmado do teto de uma casa em Israel. Sirenes gritam no fundo, seguidas do estouro de um míssel. Outro mostra israelenses e turistas americanos passando o tempo em uma trincheira, cantando uma música.
‘As pessoas estão tendo uma experiência sem filtragens’, disse J.D. Lasica, co-fundador do sítio Ourmedia.org. ‘Estamos acostumados com apresentações da mídia tradicional e o que temos aqui são eventos apresentados como se acontecessem no quintal de nossa casa’.
Barbara Cochran, presidente da Associação de Diretores de Notícias para Rádio e TV, afirma, no entanto, que ‘é preciso perceber a diferença entre o que é publicado por vídeo-amadores e o que é talhado por jornalistas profissionais’. ‘Há um grande abismo entre os dois no que se refere à credibilidade, checagem de fatos e contexto.’
Mesmo assim, as próprias emissoras de TV como a CNN, por exemplo, transmitem trechos de vídeos publicados na internet em segmentos específicos para isso.
‘É empolgante’, afirma Barbara, ‘mas certamente não é com isso que você vai contar para saber realmente o que está acontecendo’. Informações de David Bauder [AP, 25/7/06].