Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

A identidade do negro na mídia

Na quarta-feira (23/5), às 18h, o SESC Carmo promoverá a atividade ‘Vozes d´África’, cuja proposta é debater, sob a ótica feminina, a identidade do negro na mídia brasileira. O SESC Carmo fica na Rua do Carmo, 147 – Praça da Sé, São Paulo, SP; a entrada é franca

Estarão presentes no encontro Suely Carneiro, filósofa, doutora em educação pela USP e diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra – e Maria Julia Coutinho, jornalista e apresentadora do jornal Cultura Meio-Dia, da TV Cultura.

Não existem números exatos sobre quantos negros atuam em redações no país, mas dados da Comissão de Jornalistas pela Igualdade (Cojira), do Sindicato dos Jornalistas, mostram que a taxa de desemprego entre negros, em São Paulo, é 40% maior do que entre brancos, o que pode se refletir também no caso do desemprego entre os jornalistas negros.

Basta contar nos dedos a quantidade de negros que apresentam telejornais no Brasil e chegar a uma idéia real da situação. Não passam de 10, em contraste aos quarenta e quatro por cento da população brasileira formada por negros e mestiços. Esta referência é uma herança cultural, visto que a sociedade brasileira não admite ser racista.

Para se ter uma idéia, o primeiro apresentador negro do Jornal Nacional foi Heraldo Pereira, em 2002, quando passou a assumir aos sábados a bancada do principal telejornal do país. Na época, a emissora ‘preparou’ o público para a primeira aparição de Pereira, em programas exibidos durante a semana anterior, fato que rendeu notícias em vários veículos nos dias posteriores.

Estes fatos ilustram uma das situações que se referem à situação do negro na mídia. Além da questão do jornalismo, temos os programas de auditório, de crianças, atores, filmes publicitários e cinema.

Outros dados, agora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do Censo 2000, por profissões, revelam que o jornalismo é uma das profissões que tem menor proporção de negros no país: apenas 15,7%.

Embora não sejam novidades, os números servem de alerta para a atual condição do negro na mídia brasileira.

Mais informações pelo telefone (11) 3111-7000 ou pelo portal www.sescsp.org.br.