Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Um olhar mais atento sobre Mitt Romney

Agora que Mitt Romney é o provável candidato à presidência americana pelo Partido Republicano, é hora de o Washington Post olhar mais atentamente para sua campanha e analisar que tipo de líder ele poderá ser, comenta, em sua coluna [27/4/12], o ombudsman Patrick B. Pexton. Na opinião de Pexton, o cargo que dá o melhor prognóstico sobre Romney não é o de ex-executivo-chefe da empresa de investimentos Bain Capital, mas o de ex-governador do estado de Massachusetts.

De 2003 a 2007, como governador, ele fez o que muitos fazem: indicou membros da equipe, do judiciário e do executivo; propôs orçamentos para serem aprovados; comunicou sua estratégia e objetivos para eleitores; interagiu com o legislativo e seus líderes; implementou ordens executivas; lidou com uma vasta burocracia; e “vendeu” seu estado.

No Post, é difícil encontrar nos arquivos matérias do período em que Romney foi governador – seja até 2007, em 2008, quando entrou na disputa presidencial pela primeira vez, ou durante as recentes primárias. Há poucas, como listouPexton. O ombudsman procurou então outra fonte de informação: analisou os 700 artigos sobre Romney publicados pelo Boston Globe durante sua campanha para governador e seu primeiro ano no cargo.

Pexton observou que Romney custou a ser objetivo em relação às metas de campanha. Além disso, nas últimas três semanas da campanha, deu início a uma série negativa de anúncios na TV contra sua oponente, Shannon P. O’Brien, assim como fez este ano contra os rivais Rick Santorum e Rick Perry, entre outros. Eleitores entrevistados pelo Globe em 2002 disseram que não viam a hora da disputa eleitoral pelo estado acabar e a classificaram como a mais negativa para governador da qual poderiam se lembrar.

Como governador, Romney cortou gastos e, como prometeu, não aumentou os impostos dos cidadãos. Ele também obteve poderes sem precedentes para cortar ajuda estatal para cidades, o que desagradou muitos prefeitos. O político propôs grandes reorganizações, fazendo mudanças nos departamentos de transporte e serviços humanos em Massachusetts.

Romney também tentou controlar o livre fluxo de informações, desencorajando funcionários do alto escalão a falar com jornalistas, demitindo quase metade dos assessores de imprensa do estado e centralizando o controle de informações sobre seu governo em seu próprio gabinete. Ele tentou ainda, sem sucesso, fechar o gabinete do procurador-geral do estado, responsável por inspecionar casos de corrupção. Para o ombudsman, há muito ainda a ser avaliado sobre o possível candidato republicano à presidência.