Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Paulo Rogério

‘Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada’ (Humberto Gessinger, músico)

O afogamento de uma criança na Praia do Futuro foi notícia durante toda a semana em vários veículos da cidade. O menino, que fazia parte de um grupo de romeiros piauienses, foi conhecer a orla de Fortaleza e acabou surpreendido, segunda-feira, pelas ondas. A maioria dos órgãos de comunicação priorizou o óbvio: o drama da família e a busca pelo corpo. O POVO foi o único jornal – mesmo timidamente – a tentar outra abordagem, mostrando por que o local é tão perigoso e quais os cuidados que se deve ter.

A matéria, em tom de serviço, teve direito a foto e chamada de capa. Trouxe ainda números atualizados dos afogamentos: 310 resgates e seis mortes só no primeiro semestre. Uma estatística que chama a atenção. Mas o jornal não percebeu isso. Não ampliou a cobertura. Não questionou. Não cobrou soluções. Morreu na praia. Faltou a inquietação, a indignação.

Perguntas

Que ali é perigoso já se sabe há anos. Não há novidade nisso. Seria inédito é que houvesse na área uma real preocupação com o bem estar dos turistas e não só com o dinheiro que eles deixam. Onde estão as placas indicando os locais perigosos na Praia do Futuro? Quantos e onde ficam os salva-vidas na região? O que os órgãos oficiais de turismo têm feito na prevenção de acidentes ali e em outras praias badaladas? Perdemos agora uma boa oportunidade de colocar o assunto em discussão e cobrar ações efetivas. Algo que ganha mais importância com a proximidade da realização da Copa das Confederações e da Copa 2014.

Erramos do erramos

Errar uma vez não é bom. Afeta a credibilidade. Mas e quando ao tentar corrigir se comete outro erro? O leitor José Mario criticou o jornal por ter errado duas vezes ao relatar matéria sobre problemas na entrega de kits no Programa de Lesão Medular. A primeira falha veio na edição de quinta-feira, 26, em manchete da editoria Fortaleza. O texto informou que há quatro meses as sondas não eram entregues na quantidade necessária para parte dos pacientes recebia.

‘Na verdade ninguém está recebendo é nada. Desse jeito parece que há privilegiados’ alertou o leitor. No dia seguinte veio o Erramos. Também errado. Agora o jornal afirmou que ‘todos os pacientes recebem sondas uretrais, mas a quantidade não é suficiente’. Ora, se todos estivessem recebendo não haveria protesto. Nem o Ministério Público seria acionado. Aliás, nem notícia haveria.

Canais do leitor

Em tempos onde a interatividade está em alta, o leitor José Dorian reclama exatamente da falta de oportunidade de aprofundar opiniões com os colunistas do jornal. ‘Acompanho praticamente todos os quais têm pontos de vistas bem respaldados. Em contrapartida não tenho o retorno deles quando vos escrevo’.

De fato não existe nada pior que fazer um comentário e não ter qualquer retorno. Sei bem como é isso. É para diminuir essa distância que o jornal disponibilizou vários canais. O ombudsman é um deles.

Outro foi criado recentemente: a Editoria de Audiência. Através do e-mail vocefazopovo@opovo.com.br sugestões podem ser encaminhadas. Muitas já se transformaram em matérias. Segundo a editora do núcleo, Juliana Matos, os contatos também podem ser por telefones (3255 6167/6080). A chefia de Redação afirmou que os colunistas são ‘orientados a responder. Se algum está deixando de fazer isso, o leitor deve reclamar aos canais disponibilizados’. E informar o nome do colunista. Exatamente o que não fez José Dorian.

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