Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Financial Times alemão fecha após 12 anos

A edição alemã do Financial Times, que existe há 12 anos, deve fechar provavelmente no dia 7/12, segundo o comunicado que os executivos fizeram à equipe. Membros da diretoria de supervisão do Financial Times Deutschland, de propriedade do grupo Gruner + Jahr, discutiram o futuro do jornal na semana passada.

O grupo Gruner + Jahr não comentou as informações, mas disse que a diretoria tem que seguir certas regras, que incluem negociações com os sindicatos. Disse também que haveria outras opções, como continuar o FTD na internet. O sindicato e representantes dos funcionários criticaram o clima de contínua incerteza para a equipe e Joerg Asmussen, membro da diretoria executiva do Banco Central Europeu, escreveu uma carta ao editor com um apelo para que o jornal seja salvo.

O Financial Times Deutschland foi fundado no ano 2000, mas a editora Pearson vendeu 50% de suas ações ao grupo Gruner + Jahr no início de 2008. O jornal tem uma circulação de 100 mil exemplares, mas nunca deu lucro. Uma pessoa de dentro da organização disse à Reuters que o grupo Gruner + Jahr espera uma perda de €15 milhões (quase R$ 50 milhões) este ano, relativa ao FTD e às revistas Capital, Impulse e Boerse Online, que têm mais de 300 empregados. O grupo Gruner + Jahr é o setor de revistas da empresa alemã de mídia Bertelsmann. Esta, a maior empresa de mídia da Europa, planeja realizar uma reunião de diretoria o mais rapidamente possível para discutir a notícia e considera-se que apoiará qualquer decisão tomada pelo grupo Gruner + Jahr.

O fechamento do Financial Times Deutschland seria um golpe duro no competitivo mercado de mídia alemão. O jornal Frankfurter Rundschau entrou com um pedido de concordata este mês, citando enormes perdas e queda na circulação. Em outubro, a segunda maior agência de notícias da Alemanha, DAPD, entrou com um pedido de proteção por insolvência e anunciou planos de suprimir 300 empregos.

Cenário pessimista

Na semana passada, o Frankfurter Rundschau, um dos 10 maiores jornais da Alemanha, entrou com um pedido de falência depois de anos de perda de assinantes e de declínio no mercado publicitário. Em outubro, a agência de notícias alemã DAPD declarou falência, dois anos após sua fundação, por meio de uma fusão com o serviço em alemão da AP e do serviço alemão DPP. Cortes também estão previstos no diário Berliner Zeitung, publicado pela mesma empresa proprietária do Frankfurter Rundschau.

Segundo aempresa de pesquisa Nielsen Media Research, a receita publicitária de jornais na Alemanha caiu 6% nos primeiros 10 meses do ano, comparado ao mesmo período de 2011. Em 2000, jornais detinham 29% do mercado publicitário alemão e, em 2011, este número caiu para 20%, segundo a Federação de Editoras de Jornais da Alemanha. Informações de Nadine Schimroszik [The Guardian, 20/11/12] e do Spiegel Online [23/11/12].