Muitos leitores perguntam à ombudsman do New York Times, Margaret Sullivan, quanta liberdade os colunistas “estrelas” do jornal têm e se seus artigos são editados ou recebem instruções. Para explorar a questão, ela entrevistou Andrew Rosenthal, editor das páginas editoriais, além de colunistas – incluindo Gail Collins, que já ocupou o cargo de Rosenthal. A resposta foi unânime: colunistas têm controle quase inviolavelmente livre sobre o tema que escrevem – mas este “quase” é importante. Uma exceção recente foi a ordem oficial de Rosenthal para que os colunistas do diário não escrevessem sobre o massacre na escola de Newtown com um intervalo de um ou dois dias uns dos outros.
Outra restrição é ainda mais rara: decidir não publicar uma coluna sobre um tema que já foi abordado; isso aconteceu apenas uma vez. Na maioria das vezes, no entanto, os colunistas escrevem como acharem melhor para o espaço que possuem. Enquanto todos apreciam a liberdade, poucos afirmam que não se incomodariam se tivessem um conselho regular de sondagem. “Todos os escritores podem usar um editor, especialmente os encarregados de ‘estimular a fera’, como o cartunista político Pat Oliphant costumava chamar escrever editoriais”, opina a colunista Maureen Dowd.
Corda bamba
Os colunistas mandam seus textos diretamente para os editores, que podem questionar escolhas de palavras, clareza e a lógica de seus argumentos. Muitos elogiam a habilidade e o julgamento deles. Bill Keller, ex-editor-executivo e agora colunista, acha bom ter autonomia. “A última coisa que você quer é um grupo de colunistas que obedecem a uma linha partidária, que se parecem ou que são tímidos em dizer algo provocador. Você quer colunistas que sejam justos, que lidem com os fatos, que sejam razoavelmente educados e que sejam claros e agradáveis de ler”, resume.
Tentar coordenar os colunistas do Times pode ser, portanto, um exercício de humildade. Rosenthal explica: “Eu posso mandar o meu gato sentar, e em algum momento nos próximos seis meses o gato vai sentar, e eu posso receber o crédito por isso”. Keller completa que é importante dizer às pessoas “o que você acha e dar feedback”. Isso acontece em jantares regulares (pelo menos anuais) que Rosenthal e o publisher Arthur O. Sulzberger Jr. têm com cada colunista.
Fora isso, eles trabalham por conta própria. “Você está numa corda bamba sem rede de proteção, mas você se acostuma”, compara Gail.