Os blogs ainda são relevantes? A pergunta é pertinente já que com a explosão das redes sociais muita gente boa, entusiasmada com o retorno imediato das tuitadas da vida, fechou ou abandonou seus bloguinhos.
Blogs são que nem impressões digitais. Não existe um igual ao outro e o que postamos por lá está sempre ao alcance de qualquer um, a qualquer hora. Aliás, e não por acaso, o veterano blogueiro Alexandre Inagaki deixou uma ótima definição:
“Blog é liberdade. Nada me soa mais antinatural do que a cagação de regras para uma entidade tão anárquica e descentralizada como a blogosfera. Que, diga-se de passagem, é uma e são muitas, como bem exemplificam os blogs de moda, de policiais militares, de eco ativistas, publicitários, miguxos, prostitutas, professores, escritores, yada yada yada. Blogs são meios de publicação como outro qualquer, que podem e devem ser utilizados das maneiras mais amplas e diversas possíveis.”
O escritor, jornalista e blogueiro Glenn Grenwald, autor das matérias do The Guardian sobre a espionagem da NSA, não titubeia em afirmar que “a imprensa mudou e, ao contrário do que pensam alguns conservadores, todos os jornais hoje precisam de blogs porque eles é que atraem leitores”.
Decididamente, os blogs são cada vez mais relevantes.
Ética, educação e respeito
Muita gente boa acredita que blogueiros e jornalistas, não necessariamente nesta ordem e guardando as devidas diferenças, na falta de melhor ou qualquer assunto escolhem aleatoriamente uma criatura para vítima, atribuindo-lhe todos os males do mundo.
Não, meus caros, a coisa não funciona assim, a não ser em regimes onde a liberdade de expressão seja mera peça de ficção. Aliás, a jornalista Maria Helena Rubinato ensina que “não é a imprensa que gera as manchetes, ela apenas as reproduz”.
Se alguém ou algo é notícia, a nossa obrigação é registrar e comentar sempre pautado pela ética, educação e respeito, qualidades meio em desuso, mas ainda essenciais para definir o caráter de um cidadão.
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Carlos Emerson Junior é escritor e blogueiro