Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Schroder: ‘Globo está disposta a arriscar mais’

Movimento. Foi com essa palavra que o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder abriu sua fala na apresentação da programação 2014 no evento vem_ai, na quarta-feira (2/4). Na quinta (3), em entrevista, ele explicou um pouco mais que movimento é este, e passa pela disposição da Globo em assumir riscos maiores na produção de conteúdos, testando formatos e narrativas.

“Temos incentivado um ambiente criativo mais ousado”, disse. “Hoje as novidades surgem rapidamente, de todos os lados. Temos que sempre surpreender o público, nos aproximarmos dele, abrir opções”, concluiu.

Ele conta que a Globo passou de 12 produções originais no prime time no ano passado para 16 este ano (apenas novos formatos, excluídas as novelas). Entram na chamada linha de shows, o horário seguinte ao “sanduíche” novela, jornal, novela. Para que sejam acomodadas na grade, as temporadas ficaram mais curtas.

Uma das inovações é nas séries com episódios semanais, como a recente “A Teia”. “O brasileiro está acostumado à trama diária (novela) ou ao semanal sem um arco de continuidade, como as sitcoms. Este formato, de séries com episódios que se encerram em si, mas também com um arco que continua pela temporada inteira, é uma novidade e estamos experimentando com o público”, diz Schroder. “Já temos a fidelização diária, queremos também fidelizar por dia da semana”.

Para reforçar esse movimento, a Globo criou quatro fóruns que se reúnem regularmente apenas para gerar ideias, sem funções operacionais. São fóruns de humor, séries, variedades e formatos, este último com o objetivo de desenvolver formatos originais que possam ser depois explorados. Será criado ainda um quinto fórum para debater as novelas.

O objetivo destes fóruns, explica, é buscar entender o que o público quer ver e como atender a estas demandas. Os fóruns têm inclusive autonomia para encomendar pesquisas. E reúnem apenas as cabeças da área criativa da empresa, sem interferência do departamento comercial.

******

André Mermelstein, do Tela Viva