Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornalistas franceses libertados após 10 meses em cativeiro

Quatro jornalistas franceses sequestrados na Síria em junho passado foram encontrados por soldados turcos no sábado [19/4]. Nicolas Henin, Pierre Torres, Edouard Elias e Didier François estavam na província de Sanliurfa, na fronteira turca com a Síria.

Os jornalistas foram capturados em dois episódios diferentes. O sequestro do repórter Didier François e do fotógrafo Edouard Elias, ambos da rádio Europe 1, ocorreu em uma estrada que levava a Aleppo no início de junho. Nicolas Henin, da revista Le Point, e Pierre Torres, do canal de TV franco-alemão Arte, foram levados semanas depois, mas o governo francês manteve seu sequestro sob sigilo até outubro.

Os quatro chegaram à França no domingo [20/4], onde foram recebidos por suas famílias, amigos, pela imprensa e pelo presidente François Hollande em uma base aérea próxima a Paris. “É uma grande alegria e um imenso alívio, obviamente, estar livre – sob o céu, que não vimos por um longo tempo, respirar ar fresco, andar livremente”, declarou Didier François, ao lado dos colegas.

“Terroristas”

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou que o governo não pagou resgate, mas ressaltou que não podia dar detalhes sobre o sequestro e as circunstâncias da libertação dos jornalistas. “A França nunca abandona os seus”, disse Fabius, lembrando que, entretanto, nunca é possível saber se “teremos os reféns de volta”. Ainda que a agência de notícias turca Dogan tenha identificado o grupo responsável pelo sequestro como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o ministro francês preferiu não citá-lo. Disse apenas que os sequestradores são “terroristas”.

A Síria é considerada o país mais perigoso do mundo para o trabalho de jornalistas, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Estima-se que 20 profissionais de imprensa estrangeiros continuem em poder de sequestradores no país.