Um estudo realizado por Matthew Gentzkow, professor da Universidade de Chicago, nos EUA, vai contra o senso comum que diz que a internet foi a causadora da decadência dos jornais impressos. Segundo o estudo “Trading dollars for dollars: the price of attention online and offline“ (“Trocando dólares por dólares: o preço da atenção online e offline”, na tradução livre), essa premissa é baseada em alguns fatos que não correspondem com a verdade.
Uma das afirmações mais citadas quando se fala sobre a queda de receita dos jornais impressos é que os preços dos anúncios online são mais baratos do que os preços dos anúncios impressos. De acordo com Gentzkow, o que define o preço dos anúncios online é a quantidade de pessoas que são direcionadas através dos sites dos jornais para os sites dos anúncios por mês, enquanto o preço dos anúncios nos meios impressos é definido de acordo com os números de circulação dos veículos.
Estudos realizados por Gentzkow mostraram que as pessoas gastam mais tempo dando atenção aos anúncios das revistas e jornais do que a média dos visitantes dos anúncios online. Ao comparar a quantidade de tempo que as pessoas gastam olhando um anúncio, Gentzkow descobriu que o preço do online é mais alto do que o do impresso.
De 2008 a 2012, o preço do anúncio online cresceu de 3,79 dólares por hora de atenção para 4,24 dólares. Já o preço do impresso caiu de 2,78 dólares por hora de atenção para 1,57 dólar.
Outro fato citado por Gentzkow no estudo são os números de circulação dos jornais nas últimas décadas. Segundo ele, a popularidade dos meios impressos já estava caindo antes do surgimento da Internet, entre 1980 e 1995. De acordo com o professor, desde do surgimento e popularização da Internet, a taxa de queda continua a mesma dos anos anteriores.