Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Como as mídias sociais estão moldando as notícias

Durante a realização da edição de 2014 da conferência anual da Online News Association, organização sem fins lucrativos que reúne jornalistas digitais, de tecnologia e de inovação, foi enfatizada a importância das mídias sociais na narrativa e no engajamento de suas audiências.

Eis tópicos relevantes discutidos no encontro:

Onde os usuários de mídias sociais buscam notícias?

>> Quando se leva em conta tanto o alcance total de um site (o percentual de americanos que utilizam) e a proporção de usuários que recebem notícias no site, o Facebook é a força motriz notícia óbvia entre os sites de mídias sociais. Cerca de dois terços (64%) dos adultos americanos utilizam o site, e metade destes usuários obtêm notícias lá (30% da população americana).

>> O YouTube é a segunda maior via digital: cerca de metade dos norte-americanos utilizam o site e um quinto deles o acessa como fonte de notícias, o que se traduz em 10% da população adulta, colocando o YouTube em pé de igualdade com o Twitter.

>> O Twitter atinge 16% dos norte-americanos e metade destes usuários dizem usá-lo como fonte de notícias (8% dos norte-americanos).

>> Embora apenas 3% da população dos Estados Unidos utilize o Reddit, boa parte desses usuários – 62% – o fazem para receber notícias.

Como os usuários de mídias sociais interagem com a notícia?

>> Metade dos usuários de redes sociais disseram ter compartilhado notícias, imagens ou vídeos, e quase o mesmo número (46%) interage com o conteúdo compartilhado. Além de compartilhar notícias na rede, um pequeno número também cria conteúdo, postando fotos, vídeos ou informações sobre os acontecimentos.

O Pew Research Center descobriu que, em 2014, 14% dos usuários de mídia social postaram as próprias fotos de eventos de interesse público (como os tumultos em Ferguson, Missouri) em redes sociais, enquanto 12% postaram vídeos.

Como os usuários de mídia social descobrem as notícias?

>> O Facebook é uma importante fonte de referências para hiperlinks de diversas agências de notícias, mas os usuários que chegam via Facebook passam mais de um terço do tempo lendo o conteúdo do que aqueles que acessam as páginas diretamente. Eles também navegam menos ao longo dos sites das agências. O mesmo vale para usuários que chegam aos websites através de páginas de busca. Esta postura tem levado as empresas a investir cada vez mais em meios de engajar o leitor através de mídias sociais, tarefa ainda considerada árdua.

Que tipo de notícias os usuários buscam nas mídias sociais?

>> Os usuários do Facebook estão experimentando uma matriz relativamente diversificada de notícias no site: cerca de metade deles visita regularmente seis editorias diferentes. Em primeiro lugar, as pessoas buscam noticias ligadas ao entretenimento: 73% dos usuários do Facebook buscam esse tipo de conteúdo regularmente.

>> Já no Twitter, os usuários buscam manchetes e notícias de última hora. (O Facebook tem tentado competir neste nicho, realizando mudanças em seu algoritmo para priorizar notícias mais recentes.) Ainda assim, apenas 28% dos consumidores de notícias do Facebook usam o site para acompanhar o desenrolar de um evento, e menos de metade desses usuários recorreria ao Facebook para acompanhar os últimos furos.

Qual é o impacto das mídias sociais na discussão das notícias?

>> A pesquisa revelou que nem sempre as mídias sociais facilitam a conversa em torno das questões importantes do dia a dia. As pessoas se revelaram menos dispostas a discutir sua opinião sobre casos como o Wikileaks ou Edward Snowden em mídias sociais do que pessoalmente. E os usuários do Facebook e Twitter se revelaram menos propensos a querer partilhar suas opiniões, especialmente se sentirem resistência ou discordância em seu meio social.

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Veja os gráficos da pesquisa aqui (em inglês)