Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Por que escolhi não escolher

Muita gente vai me criticar, chamar de burra, idiota e uma porção de palavras não legais porque “escolhi não escolher” quem será o futuro presidente da nação brasileira. Confesso que nunca me senti tão perdida e até aflita por não conseguir fazer algo que parece ser tão simples, que é decidir em quem votar. Nos últimos tempos, intensifiquei a leitura de artigos e notícias sobre os dois candidatos e deparei com muita, mas muita sujeira, de ambos os lados. E não digo sujeira quanto à corrupção (que você pode ter certeza que ninguém está limpinho nessa história), mas quanto ao noticiário brasileiro, que acredito ser mais sujo do que qualquer um dos dois candidatos que nos restaram.

A imprensa e a mídia do país estão manipulando os fatos, de forma que não sabemos mais quem está falando a verdade. Ou melhor, estão ocultando alguns detalhes importantes que jamais poderiam ser ocultados. A parte triste também está em ver que as pessoas acreditam em tudo o que se fala por aí e, na maioria das vezes, não procuram saber se aquele fato é realmente verdadeiro. Muitos se esqueceram de ser críticos e não estão tomando o cuidado de analisar a intenção do propagador da notícia antes de divulgar.

Sem contar que a jogada suja e tendenciosa dos partidos também está demais. Nos debates, mentiras e mais mentiras são jogadas entre os candidatos e até na hora de procurar saber quem está falando a verdade está complicado confirmar qual informação é a correta. Cada candidato utilizou uma estratégia de ataque diferente, seja de maneira grosseira ou de forma sorrateira.

Diversas pessoas tentaram me convencer a votar em uma mudança com a esperança de que as coisas melhorem, mas, de coração, de tudo que eu li e procurei saber, não gostei dessa mudança e ao mesmo tempo não quero que as coisas continuem da forma que estão. Não estou me importando se você que está lendo este texto considera que estou em cima do muro porque na verdade estou no meio certinho do muro. A questão é que simplesmente o que está por vir me amedronta e não há quem me representa.

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Paula Ramalho é estagiária, Coronel Fabriciano, MG