Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Decreto pode beneficiar jornalistas da Al Jazeera presos no Egito

Um novo decreto que permite que o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi repatrie estrangeiros presos no país pode ajudar os jornalistas da Al Jazeera condenados sob acusação de disseminar notícias falsas e pôr em risco a segurança nacional. “O presidente emitiu uma lei permitindo que ele concorde em entregar e transportar condenados e suspeitos não egípcios para os seus países de origem para serem julgados ou terem a sua punição implementada”, noticiou a agência de notícias oficial MENA, com sede no Cairo.

Em julho, al-Sisi afirmou que gostaria que os jornalistas estrangeiros da Al Jazeera tivessem sido deportados, e não levados a julgamento. Ainda não se tem informação, no entanto, se o decreto será utilizado para o caso, que teve grande repercussão internacional. O correspondente australiano Peter Greste; o chefe da sucursal do Cairo, Mohamed Fahmy, de dupla nacionalidade canadense e egípcia; e o produtor egípcio Baher Mohamed foram presos no fim de 2013 acusados de agir em favor da Irmandade Muçulmana, facção político religiosa ligada ao ex-presidente Mohamed Morsi, deposto no ano passado. Condenados em um julgamento rápido e que beirou o surreal, os profissionais receberam sentenças de sete a 10 anos de prisão.

Peter Greste, por ser australiano, se enquadraria no grupo beneficiado pelo decreto, mas não é certo se o egípcio-canadense Mohamed Fahmy, que era tratado como egípcio pela corte, também poderá se beneficiar. Outros jornalistas estrangeiros da rede de TV do Catar foram julgados – e condenados – in absentia, pois não estavam mais no Egito quando foram processados.