Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Programa sobre reforma eleitoral

Colocam a reforma política como pressuposto para o combate a corrupção. O que combate a corrupção não é a investigação, julgamento e punição? Não será necessário, para tanto, reformar também o judiciário? (Bruno do Nascimento Padilha Velasco, jornalista, Petrópolis, RJ)

 

Ativismo político de delegados

Não surpreende que ao citar a matéria do Estadão com “perfis privados de redes sociais” a que o jornal “teve acesso”, Luciano Martins Costa não enfrente a questão moral de abrir comunicações privadas para tecer insinuações. Luciano é um ativista vulgar e sempre torce qualquer assunto em voga para uma grotesca defesa de um projeto político. Mas eu vejo essa obsessão jornalística pela pluralidade de vozes (a mesma que faz com que a Folha tenha Vladimir Safatle e Demétrio Magnolli, Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos); discordo, mas como não-especialista, calo-me. Surpreende, contudo, que ninguém mais tenha aberto este assunto, que tem um fundo ético, passa por uma questão séria de relevância e de interpretação do mundo real. Perfis fechados do Facebook são comunicação privada da mesma forma que listas de e-mail; o conteúdo reproduzido é majoritariamente composto de shares, imagens reproduzidas viralmente, em um comportamento basicamente emocional. (Aliás, em determinado ponto a apresentadora Marina Mantega compartilhou algum conteúdo surpreendente no seu perfil público, sem que o viés do seu canal de TV tenha se tornado assunto de análise da imprensa. Depois da repercussão, disse publicamente que se arrependia e replicou sem pensar.) Finalmente, é preciso lembrar que metade do país votou pelos tucanos? (Menos 3 milhões, 460 mil e 3 pessoas) E que no Paraná o governador Beto Richa se reelegeu no primeiro turno, impondo à petista Gleisi Hoffman uma fragrante derrota em face de grande propaganda, imagem ao lado de Dilma durante anos, enfim? Aquele era o comportamento majoritário. Mas mesmo na hipótese de ser um comportamento minoritário e aparentemente idiossincrático à PF: pouco havia para justificar a violação de comunicações privadas. É um comportamento de caça às bruxas, tomando qualquer coisa dita em qualquer momento de distração. É lamentável, mas esperado do Luciano Costa Martins. É triste que ninguém tenha, de fato, feito a crítica da imprensa no Observatório da Imprensa. A credibilidade de vocês sofre muito (Diego Navarro, economista, Rio de Janeiro, RJ)