Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Fotojornalista morto em tentativa de resgate no Iêmen

O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou o que classificou como “assassinato brutal” do fotojornalista Luke Somers, em poder do braço da al-Qaeda no Iêmen havia mais de um ano, durante uma tentativa de resgate por forças especiais americanas. Somers, de origem britânica, tinha cidadania americana. O professor sul-africano Pierre Korkie, que era mantido refém junto com ele, também foi morto pelos captores durante a operação frustrada, realizada no sábado [6/12].

O Exército dos EUA executou a tentativa de resgate do fotojornalista por considerar que ele enfrentava perigo iminente após uma primeira operação militar, em novembro, que levou os captores a ameaçá-lo de morte. No início de dezembro, Somers apareceu em um vídeo afirmando que sua vida corria risco se os EUA não atendessem a determinadas demandas – não especificadas – do braço da al-Qaeda. As informações são de que os dois homens foram mortos quando os militares americanos estavam a cem metros do complexo do grupo. O governo americano afirmou que não sabia que Korkie estava preso junto com Somers e que uma organização de caridade havia conseguido negociar a libertação do sul-africano.

O secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, defendeu a operação, justificando que tais ações são sempre arriscadas. “É imperfeito? Sim. Há um risco? Sim. Mas comecemos com o fato de que temos um americano sendo mantido refém e que a vida deste americano está em perigo”, afirmou a jornalistas durante uma viagem ao Afeganistão.

Jornalista por acaso

Somers, de 33 anos, foi capturado em setembro de 2013 do lado de fora de um supermercado na capital do Iêmen, Sanaa. Quando se mudou para o país, em 2011, iria trabalhar como professor, mas, com a Primavera Árabe, passou a documentar os eventos que ocorriam a sua volta.

Então um fotógrafo amador, Somers começou a trabalhar para jornais locais e teve suas imagens publicadas em veículos internacionais. “Suas fotos documentavam os acontecimentos políticos do país e os protestos antigoverno, mas também capturavam o impacto do conflito e o sofrimento nas vidas de muitos iemenitas”, dizia um texto da BBC, um dos veículos para onde o fotojornalista contribuía.

Nos últimos meses, outros profissionais de imprensa também foram mortos por grupos jihadistas em países em conflito, como James Foley e Steven Sotloff, vítimas do Estado Islâmico na Síria.