Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

É ou não é

A confusão em Brasília se tornou pública quando a Folha de S.Paulo noticiou o grande crescimento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. Só que informações desse tipo nunca surgem por iniciativa da imprensa: sempre é alguém, interessado no caso, que fornece as pistas que levam à matéria. E é tão importante apurar o caso do fermento patrimonial como o de descobrir quem, e por que, decidiu detonar o ministro, um dos cardeais de Lula e do PT.

As reações iniciais mostraram que, provavelmente, as pistas foram fornecidas por correligionários do ministro – em outras palavras, fogo amigo. Mostraram também que, dentro do governo, há tendências diversas tentando impor-se às demais. Mas ficou faltando, por parte dos profissionais que conhecem os bastidores de Brasília, o mapa definitivo da luta interna: quem apoia quem, quem é contra quem, quem tem interesse (e por que) na queda de aliados nominais.

Também não ficou claro o motivo pelo qual os jornalistas que combatem ao lado do banqueiro Daniel Dantas e de seu principal inimigo, o empresário Luiz Roberto Demarco, entraram com tanta fúria na disputa. Aparentemente, os jornalistas mais ligados a Demarco estão contra Palocci; os mais ligados a Dantas, com Palocci.

Outra dúvida: qual o alvo da crise. O próprio Palocci? A presidente Dilma Rousseff? A tentativa de Dilma de limitar a troca de cargos por apoio no Congresso (onde já se viu buscar moralidade)? Ou, deixando o campo aberto a todas as hipóteses, a concorrência de outros consultores que atuam na mesma área?

A propósito, qual a diferença entre essas consultorias e aquilo que se costuma, pejorativamente, chamar de lobby?

Os meios de comunicação beneficiários das informações que lhes permitiram investigar no lugar certo e preparar as reportagens têm todo o direito de não revelar suas fontes. Mas eles sabem quais são essas fontes; e, sabendo quem são, têm excelentes condições de mapear quem é quem, quem manobra contra quem, quais os interesses envolvidos na disputa. Limitar-se ao declaracionismo (“temos toda a confiança no nosso companheiro” etc.) é desvalorizar aquele que, em última instância, é nosso verdadeiro patrão: o consumidor de informações.

 

O nosso é deles

O caso Palocci, a propósito, pode servir de gancho para boas reportagens que mostrem, em todo o pais, como o dinheiro público é desperdiçado na busca de apoio político – ou, em outras palavras, como o apoio político passou a ser vendido, com votações pagas pelo nosso dinheiro. Não é tão difícil mostrar o motivo pelo qual há tantos ministérios desnecessários, tantas secretarias estaduais e municipais desnecessárias, sempre com amplas assessorias e farto funcionalismo desnecessário (no Senado, são algo como 80 servidores por senador), tantos municípios desnecessários que não têm condições financeiras para manter-se.

O exemplo se espraiou: há casos fantásticos em que o dinheiro público resolveu problemas particulares, até mesmo de desavenças entre casais. E o noticiário, se não chega a passar batido, não dá ao fato o destaque que merece. Em Minas Gerais, um desembargador, ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais, se separou da esposa. No acordo de separação judicial, ficou convencionado que a esposa seria nomeada, por indicação do ex-marido, para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Por escrito, caros colegas. Não foi um acerto clandestino. O acordo foi homologado por uma juíza, com parecer favorável do Ministério Público.

A imprensa deu notícias esparsas sobre o caso, como se fosse uma daquelas imoralidadezinhas comuns. Quem atacou o escândalo de frente, por iniciativa do Sindicato dos Servidores da Justiça de Minas Gerais, foi o Conselho Nacional de Justiça, que determinou ao tribunal a demissão da servidora. A Corregedoria Nacional de Justiça, a OAB e o Conselho Nacional do Ministério Público receberam cópias do processo, para que apurem a conduta de seus membros neste caso.

 

Guerra à competência

O caso da prisão do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves trouxe ao espaço nobre da imprensa, TV, rádio e Internet e aos grandes articulistas a surradíssima tese de que quem pode pagar bons advogados tem defesa melhor.

Óbvio: quem pode pagar bons médicos tem melhor tratamento. Quem pode pagar bons jornalistas faz jornalismo de melhor qualidade. Quem pode pagar bons designers tem produtos mais bonitos e mais funcionais. As equipes de Fórmula 1 que podem pagar bons engenheiros e bons pilotos têm possibilidades muito maiores de se sair bem no campeonato. E, completando o raciocínio, é melhor ser rico e ter saúde do que ser pobre e doente.

É importante lembrar também que o compromisso do advogado é defender seu cliente da melhor maneira possível, dentro dos limites da lei – o que também significa ir ao limite da lei para fazer a defesa. Se os advogados de Pimenta Neves recorreram “n” vezes, é porque a lei abre a possibilidade desses recursos. É demais? A culpa não é dos advogados. Que se mude a lei, e isso é atribuição do Poder Legislativo. A decisão foi excessivamente demorada? Que o processo penal seja simplificado (sem que se restrinja a ampla defesa do réu). A pena de prisão, observados os benefícios da lei, será muito curta? Mais uma vez, este não é um problema do réu nem de seus advogados: é um problema da lei, que o Congresso deveria debater e, caso julgue que está mal formulada, modificar.

Este colunista, cujos conhecimentos de Direito se restringem à leitura de Perry Mason, acha absurdo que um caso de assassínio seja levado ao Supremo Tribunal Federal. Mas não se pode esquecer que, se o caso foi parar no Supremo, é porque a lei permite.

 

Cadeia chique

Mas, enquanto se limitavam a protestar contra a escolha de bons advogados por Pimenta Neves, os meios de comunicação não pouparam esforços na cobertura do frufru da prisão. Citaram os colunáveis que estiveram na mesma penitenciária, a cor do uniforme que o preso deverá usar, o mobiliário da cela, distribuído em doze metros quadrados, descreveram o chuveiro e comentaram que o banho será frio, exceto em caso de riscos à saúde. A cobertura jornalística muitas vezes fez lembrar o ex-presidente José Sarney: tudo pelo social.

 

A censura resiste

Há muitos e muitos anos, a gente encadernava A Carne, de Júlio Ribeiro, em papel pardo, para poder lê-lo sem que professores e pais reclamassem. Nossa Vida Sexual, do médico Fritz Kahn, um livro de divulgação científica, era tratado como os catecismos de sacanagem de Carlos Zéfiro: como tratava de sexo, era automaticamente tratado como pornografia (e toque papel pardo na encadernação). Nos tempos da ditadura, revista de mulher pelada só podia exibir um seio nu; os dois, não. Mas havia uma brecha na lei: se os seios ficassem visíveis mas protegidos por uma camiseta molhada, aí podia. E era proibida uma impossibilidade: a foto frontal do traseiro.

Os velhos tempos passaram, mas parece que voltaram. A proibição atinge agora, nas escolas públicas de São Paulo, Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Pior: por ordem do Tribunal de Justiça, que considera que três dos contos são “inapropriados” e têm “elevado conteúdo sexual”. Há ainda descrição de atos obscenos, erotismo e referência a incesto. Um deles, do consagrado Ignácio de Loyola Brandão, é o que sofre as maiores restrições moralistas. Os estudantes do ensino fundamental e médio, que recebem gratuitamente do governo paulista três livros não-didáticos por ano, de presente, para levar para casa, ficaram sem este.

Os meios de comunicação deram a notícia. Mas poderiam ter feito algumas analogias interessantes. Deveremos, por exemplo, proibir aos estudantes um dos textos mais sensuais já publicados no mundo, o Cântico dos Cânticos, atribuído ao rei Salomão e parte integrante da Bíblia? Pois o Cântico dos Cânticos tem elevado conteúdo sexual. A história de David e Betsabá, também parte integrante da Bíblia, narra como o rei engravidou a esposa de um amigo e o enviou para uma batalha impossível, para a morte certa. Adultério, elevado conteúdo sexual, abuso de poder – vamos censurar tudo isso? Vamos voltar aos tempos da ditadura, em que um juiz, por decisão própria, sem pressão militar, proibiu a circulação de uma edição de Realidade por mostrar a foto de um parto?

Nós, jornalistas, vítimas da censura não apenas política, mas também de costumes, vamos continuar calados?

 

Força, Cleide!

Era menina, ainda, quando começou na Folha da Tarde, de São Paulo. Este colunista a contratou e entregou-a à duríssima e competente editora Rosi Mallet, que acompanhou e orientou seu crescimento profissional. Cleide Carvalho cresceu e multiplicou-se. E, em sua vitoriosa carreira no Globo, acaba de ganhar o status de multimídia: no domingo (29/5), publicou sua primeira reportagem em vários meios, jornal, site e vídeo (o link do vídeo está dentro da matéria). Flagrou o desmatamento em Mato Grosso com o celular na mão, gravando tudo, preparando uma reportagem simultaneamente para todos os suportes de mídia. “Foi uma experiência totalmente nova”, diz Cleide. “Na nossa profissão, a gente se renova dia a dia.”

Em todas as profissões, Cleide. Basta ter talento, competência, persistência, capacidade de trabalho, vontade de aprender, curiosidade permanente. É simples.

 

Autocorreção

Uma boa notícia: a Associação Nacional de Jornais, seguindo o exemplo da publicidade, decidiu criar um Programa de Autorregulamentação, que abra espaço aos consumidores de informação. Há coisas boas como a ampliação dos espaços destinados a contestar notícias, reconhecimento e publicação de erros, uma série de novidades interessantes. Pena que isso só tenha surgido agora, quando gente poderosa do governo, com apoio do corporativismo sindical, ameaçou criar um tal de “controle externo” que censurasse a comunicação.

 

O adeus do Uru

Era um homem que cultivava as próprias lendas. Ele gostava de contar que, certa vez, chefe de reportagem da Folha de S.Paulo, foi avisado de que uma comissão de cobradores estava chegando. Imediatamente se escondeu. E só soube mais tarde que era uma comissão de cobradores de ônibus, que trazia sua pauta de reivindicações para a negociação salarial. Gostava também de dizer que jamais devolvia dinheiro emprestado. Não era verdade: certa vez, este colunista lhe emprestou uma certa quantia. Ele a devolveu no prazo, com um livro de presente (O Púcaro Búlgaro, de Campos de Carvalho) e um bilhete dizendo que era a primeira vez na vida que devolvia um empréstimo, porque não ficava bem explorar um foca.

Mas, na vida real, Ulysses Alves de Souza, que morreu no dia 22/5, aos 78 anos, era um ótimo chefe de reportagem e um excelente domador de focas. Gerações de jornalistas passaram por suas mãos e se beneficiaram de seu talento. Foi um importante quadro da Folha, onde iniciou sua carreira; participou da fundação do Jornal da Tarde e de Veja; mais tarde, estava no grupo que tentou salvar Realidade; editou uma boa coluna de notícias econômicas na Gazeta Mercantil. Nos tempos de Aloysio Biondi, tocou a Redação do grupo DCI-Shopping News. Deu aulas de Jornalismo na Universidade Metodista. E só parou de trabalhar no ano passado, já muito doente, quando uma série de operações o deixou fora de combate.

Um dos focas que passaram pelas mãos do Uru, Gabriel Manzano Filho, lembra uma frase maravilhosa, que ele disse à Valéria Wally, moça simpática, bonita, musa da Redação do Jornal da Tarde:

**“Valerinha, você está a cada dia mais bonita. E hoje está parecendo amanhã.”

 

Tem coisa que não pode

O colega conhece o Darwin Awards? É um antiprêmio concedido nos Estados Unidos aos acontecimentos mais absurdos que chegam à Justiça. Por exemplo, uma senhora processou uma loja de brinquedos (e ganhou) por ter escorregado no chão molhado e machucado a perna. Detalhe: o filho dela tinha acabado de derramar no chão o refrigerante em que escorregou. Ou o bandido que processou o dono da casa que tinha assaltado: o bandido entrou pela garagem, mas a porta bateu e o deixou trancado lá dentro. Ele não conseguiu passar da garagem para a casa, e ficou preso lá durante todo o fim de semana, tendo como alimento apenas ração de cachorro e refrigerante sem gelo. Ganhou uma indenização.

Pois está na hora de criar o nosso Darwin Awards. Pois não é que um dos sequestradores do casal de estudantes uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Díaz teve a ousadia de processar o autor da reportagem (e, posteriormente, do livro) que narrou o caso? João Augusto da Rosa, codinome Irno, ficou irritadíssimo com o jornalista gaúcho Luiz Cláudio Cunha, que atrapalhou seu trabalho macabro de enviar de presente aos ditadores uruguaios os jovens que os combatiam. Na reportagem, Cunha revelou uma série de nomes, contou a história do sequestro e deu as bases para a revelação de que as ditaduras sul-americanas cooperavam extra-oficialmente (e ilegalmente) na Operação Condor, para prender e matar os adversários políticos que haviam se refugiado em outros países.

Mas, como dizia o mestre Frederico Branco, tem coisa que pode, tem coisa que não pode. A ousadia de Irno não pode: o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul sepultou sua tese de que quem revela um crime deve ser processado. Volte para suas memórias de agente da ditadura, Irno. Não devem ser boas, mas é do que você pode lembrar.

 

Livros, livros a mancheias

1.Carlos Eduardo Lins da Silva, que foi diretor-adjunto de Redação da Folha de S.Paulo e do Valor Econômico, ombudsman da Folha e seu correspondente internacional, lança dia 6 na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, SP, o livro Correspondente Internacional. Vale pela experiência, talento e conhecimento do autor; vale pelo debate, às 19h, com outros correspondentes, Sérgio Dávila, João Caminoto e Humberto Saccomandi.

2.Para gastrônomos, cozinheiros amadores e profissionais, para quem relaciona comida e cultura: Embutidos – da sobrevivência à gastronomia, de Breno Raigorotski, editora Senac. Boa leitura, agradável. Já está nas livrarias.

3.Divirta-se: neste dia 1º, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, SP, sai o livro Pragas e Provérbios, com congratulações, insultos, pragas e mais de mil provérbios. As pragas são ótimas – por exemplo, “que te caiam todos os dentes, menos um, e que este doa”, ou “espero que você ganhe muito dinheiro e gaste tudo com médicos”. Junto com o livro vem um CD ídiche, com frases e música.

 

Ai, esta terra ainda…

O IPEM – Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo, organizou em segredo a Operação Lança-Chamas, para fiscalizar os extintores de incêndio vendidos aos motoristas. Uma excelente idéia: há muita gente falsificando selos e vendendo extintores com carga vencida, ou sem carga, ou adulterados. Para funcionar direito, a operação precisava de sigilo total. Mas…

 

…vai cumprir seu ideal

O próprio IPEM avisou a imprensa de que haveria a operação, dando datas, horário e locais que seriam fiscalizados. Deve ser a primeira operação sigilosa do mundo em que toda a imprensa é avisada. Quanto ao pedido de embargo das notícias, foi obedecido, é claro – mas será que em todas as equipes de todos os meios de comunicação não haveria sequer um amigo de quem seria fiscalizado?

 

Como…

De um grande jornal, cuja seção de Esportes já marcou época no país:

**“Fabiana Murer teve uma bela estreia, ao cravar o melhor tempo do ano no salto com vara: 4,65m”

Alguém poderia informar a este colunista como é que se mede tempo no salto com vara? Haverá também medição de altura nos cem metros rasos?

 

…é…

De um grande jornal, corrigindo uma notícia:

**“A professora (…) não leciona mais na Universidade (…), pois morreu em 2006”.

 

…mesmo?

Este colunista acha um horror a tal obra do Ministério da Educação que considera boa a construção “os livro ilustrado”. Os meios de comunicação também fizeram sérias críticas àquilo que parece puro desprezo à norma culta. E como é que boa parte dos meios de comunicação anda escrevendo?

**“Partido enquadram senadores (…)”

**“Bolsas européias fecha em alta (…)”

**“Ladrões agridem idosa e mata papagaio”

E alguém poderia contar a redatores, repórteres e editores que “conferência de imprensa” é nossa velha e conhecida “entrevista”?

 

Mundo, mundo

A informação vem em código: a roupa da camareira “contém DNA” de ex-diretor do FMI. Traduzindo o código: alguma coisa andou pingando na roupa da moça. Mas, se alguma coisa andou pingando na roupa da moça, por que usar a expressão “suposta vítima”?

 

E eu com isso?

O mundo gira e vai ficando diferente. Lobista mudou de nome, agora é consultor, coisa muito mais chique. A camareira diz que foi forçada a uma sessão de sexo oral (e não teve a idéia de dar a mordidinha que encerraria o caso). Lindsay Lohan retomou aquele antigo expediente de, “por acaso”, expor um seio, e a imprensa frufru mergulhou fundo no caso, com direito a comentários e dezenas de fotos (é volumoso e bem feito, mas muito branco). Será que Lindsay Lohan precisa ainda buscar notoriedade? Pelo jeito, todos precisam. Ao frufru, pois!

**“Anna Kournikova ajudará gordinhos a emagrecer em reality show”

**“Sabrina Sato nega gravidez, mas confirma volta com Fábio Faria”

**“Malvino Salvador e Sophie Charlotte almoçam juntos”

**“Dentinho diz que não sabe se irá morar com Samambaia na Ucrânia”

**“Johnny Depp não está traindo a namorada, diz site”

**“Amamentando, Winits fuma em almoço com Faro”

**“Amy Winehouse volta para reabilitação. Mas leva vodka”

**“Adriana Bombom diz que fazer amor é segredo de sua boa forma”

**“Sogra de Justin Theroux nega namoro do ator com Jennifer Aniston”

**“Gretchen vai à praia com personal trainer na Paraíba”

 

O grande título

Há um ótimo, mas que efetivamente só funciona por causa do preconceito:

**“Jovem tira cochilo depois de roubar escritório em Portugal e acaba preso”

O cochilo custou caro: o rapaz tinha roubado o equivalente a quase R$ 200 mil. Deu a dormidinha e só acordou no dia seguinte, com a polícia do lado.

Há outro, engraçado:

**“Courtney Love diz que, sem drogas, passou a transar como um coelho”

Ou seja, rapidamente, sem grandes preliminares.

E há um realmente bom e que retrata a realidade:

**“Repórter erra durante reportagem ao vivo e diz ‘eu sou estúpida’”

Há gente que, quando diz a verdade, vira manchete!