Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

1808, a imprensa chega ao Brasil

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

A imprensa nunca esteve tão desnorteada e desanimada com relação ao seu futuro como agora. Os otimistas dizem que o jornal vai acabar e os pessimistas afirmam que ele já acabou.


No entanto, a história da imprensa brasileira é, em si, a prova cabal da capacidade da imprensa de operar mudanças e melhorar o mundo. Um instrumento com estes atributos não pode desaparecer.


De maio de 1808 até setembro de 1822, nasceu uma nação. Em apenas 14 anos aquele imenso território, descoberto pouco mais de 300 anos antes, transformou-se em país. O imenso salto foi facilitado por muitos fatores, mas a imprensa foi decisiva, fundamental.


A imprensa oxigenou aquele ambiente sufocado pela censura. A imprensa trouxe idéias, aproximou o país do mundo, estimulou as ciências e a cultura. O brasileiro descobriu, de repente, que existiam fórmulas políticas diferentes daquelas que conhecia.


O Correio Braziliense, que era escrito e impresso em Londres, tinha um segundo nome, Armazém Literário. Hipólito da Costa, repórter, editor, redator e revisor, pretendia que este Armazém contivesse as idéias e debates mais importantes que corriam na Europa e na América do Norte.


A Gazeta do Rio de Janeiro era um jornal oficial, controlado pela Corte mas era impresso na cidade, reproduzia a realidade. A partir do momento em que começou a circular, o que acontecia passou a ser do conhecimento público e isso faz uma enorme diferença.


O Correio e a Gazeta são, de certa forma, os pais da nação brasileira. Este é um dado que explica o nosso passado, mas deve servir de inspiração para o futuro. Há países criados pela força das armas – espadas, lanças, canhões. O nosso país é uma criação de uma prensa tipográfica. Isso não pode ser esquecido.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm