Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A imprensa e os candidatos suspeitos

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

A imprensa adora escândalos, sobretudo os escândalos envolvendo políticos. Neste momento, a imprensa está diante de uma grande oportunidade para acabar – ou limitar drasticamente – a quantidade de escândalos. E, paradoxalmente, a imprensa não parece muito animada com esta tarefa.


Estamos falando da possibilidade de impugnar candidatos a cargos eletivos que estejam às voltas com a Justiça. Nossa tradição penal só admite o cancelamento de postulações de candidatos condenados e sem condições de recorrer.


Mas essa seria uma questão penal ou moral? Para concorrer a um cargo público, qualquer cargo, um cidadão não pode exibir qualquer mácula. Por que razão não se exige o mesmo para os representantes do povo?


Um candidato enredado nas malhas da Justiça tem legitimidade para representar os interesses da comunidade, o cidadão pode confiar em seus critérios, em sua probidade e seu civismo?


Então surge uma questão concreta: como mostrar ao eleitor aqueles que não merecem o seu voto? O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, sugeriu ontem que se publiquem, na internet, os nomes dos candidatos com ficha suja. Mas o eleitor sozinho teria condições de destrinchar uma lista com dezenas de milhares de candidatos ímprobos?


Aqui entra a imprensa. Só ela tem condições técnicas de fazer uma monitoração eficaz, estado por estado, município por município, mesmo contra a vontade do Congresso, contra a vontade das Assembléias Estaduais e das Câmaras Municipais.


Ao invés de denunciar escândalos acontecidos, faz mais sentido evitar que aconteçam. Ao invés de tentar remediar, melhor prevenir.


O leitor/eleitor agradece.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm