Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

A mídia e os outros 364 dias


Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


As primeiras páginas dos jornais de hoje têm algo em comum: a mulher. Isso acontece, sobretudo quando uma mulher bonita é notícia. Mas hoje, no seu dia internacional, a mulher está na mídia de outra forma, como assunto, como realidade.


E amanhã? As questões levantadas e discutidas nas edições de hoje terão seqüência, produzirão resultados? Depois das efemérides muda alguma coisa? Já não é sem tempo. A primeira manifestação das mulheres em defesa dos seus direitos ocorreu nos Estados Unidos, há quase um século e meio. Em 1857 tecelãs de Nova York rebelaram-se e exigiram condições de trabalho mais humanas. O incêndio que se seguiu matou 129 operárias. No final do século surgiu o movimento sufragista que exigia o direito de voto às mulheres. No início da primeira guerra as mulheres em toda Europa levantaram-se contra o banho de sangue que levou seus maridos e filhos. O feminismo como idéia e movimento foi um dos resultados concretos da grande revolução mundial das mentalidades ocorrida no final dos anos 60. Este é um dos avanços da humanidade que não admitem recuos. Nas redações foram derrubadas as barreiras entre aquela ilha denominada ‘jornalismo feminino’ e as baias onde ficavam os ‘porcos chauvinistas’. Mulheres hoje dominam a reportagem política de Brasília, o que em última análise significa que a vida política de todos os brasileiros está condicionada pelo olhar e pelos padrões de exigência das mulheres. Quase o mesmo acontece nas editorias de economia, negócios, cultura, ciência e tecnologia. Faltam muitos lances para que se complete a equiparação mas, à medida em que o processo avança, avança também a convicção de que os homens não conseguiram vencer a batalha da qualidade da informação. Bem-vindas à luta.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm