Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cobertura Política


Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


A passagem do tempo só aparece na mídia nas grandes datas ou em momentos tristes, raramente celebramos a alegria que o tempo também sabe nos oferecer. A edição de hoje vai na direção contrária e começa com uma homenagem ao grande chargista Lanfranco Vaselli mais conhecido como Lan que está completando 80 anos de vida e 60 anos de uma atividade cujo ingrediente principal é o humor, a sátira e, no caso do Lan, a beleza do Rio, a mulher brasileira e a alegria de viver.



Uma outra comemoração tomou conta hoje de grande parte da mídia: os 20 anos da redemocratização. Em 15 de março de 1985 o último representante da ditadura militar saía pela porta dos fundos e deveria tomar posse o primeiro Presidente Civil eleito senão pelo povo mas por seus representantes. Tancredo neves, um dos comandantes da resistência democrática desde 1964 não chegou a tomar posse porque foi internado às pressas num hospital de Brasília e faleceu 37 dias depois. Quem assumiu foi o seu vice, José Sarney que, ao contrário de Tancredo, foi um dos líderes civis do regime militar. Ironia brasileira, comédia brasileira ou tragédia brasileira, o que importa é que em 15 de março de 1985 começou o mais longo período democrático desde o fim do Estado Novo.


A festa da redemocratização infelizmente está encoberta por algumas nuvens no cenário político. Crises ministeriais acontecem regularmente em regimes democráticos mas quando o sistema representativo não consegue representar a qualidade da sociedade, alguma coisa está errada. A democracia não consiste apenas num calendário eleitoral regular. Das urnas devem sair os melhores, os mais qualificados, as figuras exemplares. Não foi isso que aconteceu exatamente há um mês, na madrugada de 15 de fevereiro quando a Câmara Federal escolheu o seu novo presidente e no lugar do melhor dos melhores, os 513 representantes do povo foram na direção contrária.


O que interessa hoje a este Observatório da Imprensa é como este mesmo Poder Legislativo é coberto pelo quarto poder. Os jornais, revistas, rádios e televisões conseguem refletir o que se passa dentro do Congresso? O leitor-eleitor tem idéia de como se comportam os seus eleitos? Em outras palavras, a cobertura política alcança efetivamente aqueles cujas vidas depende do que se decide no Congresso? Vinte anos de democracia são um feito mas quando a voz do povo, a imprensa, não chega à casa do povo este feito pode converter-se em desfeita.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm