Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Golpe, contragolpe ou revolução?

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Quarenta e cinco anos depois, falta esclarecer quase tudo: foi um Contragolpe, Golpe de Estado, Golpe Militar, Revolução? A própria data é discutível: o presidente legítimo, João Goulart, deixou a capital no dia 1º de abril mas aqueles que o derrubaram não queriam que o episódio parecesse uma piada e anteciparam a comemoração para o dia 31 de março.


Mas existem algumas certezas: em 1964 foi instalada uma ditadura e esta ditadura desdobrou-se em várias fases que se estenderam ao longo de 21 anos.


Se esta ditadura foi branda comparada com as outras dos países vizinhos não importa. Foi uma inequívoca quebra da ordem constitucional em que foram anulados os direitos políticos e humanos.


Os argentinos, mais dramáticos do que nós, denominam a década de 30 do século vinte como ‘década infame’. Em nosso caso, as duas décadas dolorosas e humilhantes entre 64 e 85 são classificadas eufemisticamente como ‘anos de chumbo’.


Parece que os brasileiros não gostam da sua história: os 200 anos da imprensa que deveriam ser comemorados no ano passado foram engavetados porque ainda há gente que não quer reconhecer que a inquisição operou no Brasil ao longo de quase três séculos.


A ditadura militar teve o aval da imprensa e quando a imprensa percebeu a enrascada em que se meteu já era tarde. Não foi a primeira vez: o golpe que implantou o Estado Novo em 1937 também foi recebido sem oposição, tal como as violentas medidas de exceção depois da Intentona Comunista de 1935.


A revisão da história não se faz por decreto. A sociedade é quem deve convocá-la. Uma coisa é certa, enquanto não conhecermos os detalhes do nosso passado estaremos sempre sujeitos a repeti-lo.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm