Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Igualdade de poderes

Antes de começarmos o programa, gostaria de esclarecer que estou aqui, em substituição ao nosso querido Alberto Dines, que está de férias. Na semana que vem, ele volta ao comando do Observatório.

Uma outra novidade é que, a partir de hoje, estamos entrando ao ar ao vivo também em São Paulo, via Rede Cultura.


Bem, vamos a um dos temas do programa dessa noite. O princípio da igualdade dos poderes tem sido historicamente ignorado pela imprensa brasileira. O noticiário jornalístico parece obedecer as regras não escritas que estabelecem tratamento diferenciado para cada poder.


O Judiciário, por exemplo, só fica na berlinda de vez em quando. O Executivo apanha mais do que o Judiciário. Mas sofre muito menos do que o Legislativo. Este é o alvo preferencial das denúncias e dos ataques produzidos pelos jornalistas.


Os jornais vêm trovejando nas últimas semanas que a convocação extraordinária do Congresso custará ao país quase dez milhões de reais. Essa quantia, vista em suas dimensões exatas, nada tem de exagerada. E pareceria mais aceitável aos olhos dos leitores se a imprensa explicasse com a mesma ênfase os motivos da convocação.


O Congresso, afinal, está reunido para discutir medidas que envolvem cifras e despesas infinitamente mais significativas que os gastos decorrentes das sessões extraordinárias.


Enquanto a imprensa vigiava o Congresso, o jornalista Elio Gaspari, em sua coluna dominical publicada nos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Zero Hora, divulgou uma informação bem mais impressionante: neste ano, a folha de pagamento da união crescerá dez por cento em relação a 1998. Principal motivo do fenômeno: o aumento salarial de 46% que beneficiou os servidores do Judiciário.


O Brasil continua esperando mais reportagens sobre o tema.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm