Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Em nossa última edição tratamos da dengue e da mídia sem saber que a dengue estava entre nós. Dias depois a nossa querida Lúcia Abreu descobriu que estava com o vírus, felizmente o tipo um, a forma mais branda. Razão pela qual está sendo substituída por Paula Hernandez.
Você ouviu falar no caso Enron, a maior falência na história econômica americana. Dezenas de milhares de acionistas perderam todas as suas economias, outro tanto de empregados perderam seus empregos. A falência da Enron comprometeu as auditorias, os políticos, os juízes do Texas, o governo Bush e a própria confiabilidade do sistema capitalista, incapaz de controlar os gigantes que cria.
O caso Enron interessa a este Observatório da Imprensa não apenas porque o gigante de energia tem negócios no Brasil. O que nos interessa é que o fiasco chamado Enron enrolou a mídia americana de forma desagradável.
Considerada a mais investigativa e independente do mundo a imprensa americana ‘comeu mosca’ como dizemos aqui. Ainda que uma repórter da revista Fortune exatamente há um ano tenha colocado o dedo na ferida, o sistema midiático como um todo foi incapaz de movimentar-se com a agilidade de sempre para evitar a debacle.
Se esta jovem repórter de 30 anos tem a coragem de perguntar por que o preço das ações da Enron estão sobrestimadas em Wall Street, por que é que as grandes organizações jornalísticas não correram atrás para responder?
Este é o problema que este Observatório discute de formas diferentes em todas as suas edições: existem jornalistas responsáveis, há veículos que em determinadas circunstâncias levam a sério suas responsabilidades públicas mas a mídia enquanto instituição, ou o sistema midiático é lento e geralmente omisso sobretudo quando se trata da vida empresarial e do mercado financeiro.
O caso Enron aconteceu muito longe de nós mas não podemos perdê-lo de vista.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm