Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mídia e violência

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Se você percebe movimentos estranhos na casa ao lado, no galpão ou na chácara ali perto você tende a desconfiar. Se você está avisado pela mídia de que houve um seqüestro esta desconfiança converte-se em suspeita, daí é um passo para pegar o telefone e chamar o Disque-Denúncia. Mas se a mídia silencia sobre seqüestros como é que a sua desconfiança vai transformar-se em suspeita e esta em denúncia?


O publicitário Washington Olivetto foi libertado no sábado à noite graças a duas denúncias – uma relativa à chácara de Serra Negra e outra vinda do sobrado vizinho ao cativeiro. Se a mídia inteira de São Paulo tivesse aceito o pacto de silêncio a respeito do seqüestro de Olivetto como é que o cidadão comum teria os seus instintos acionados?


Já discutimos esta questão pelo menos duas vezes nos seqüestros de Patrícia Abravanel e Sílvio Santos. E vamos discutir isso novamente diante do feliz desfecho do caso Olivetto.


Se hoje há um consenso nacional em torno da idéia de que o combate ao crime deve estender-se a todos os setores da sociedade caem por terra todos os argumentos levantados em favor do embargo noticioso. Inclusive das famílias dos seqüestrados.


A alegação das autoridades de que a liberação do noticiário pode comprometer o êxito das diligências e colocar a vida do seqüestrado em perigo só vale para o jornalismo irresponsável. E o jornalismo irresponsável em qualquer esfera ou situação precisa ser denunciado e combatido. O que nos leva à questão central deste Observatório da Imprensa: o exercício integral do jornalismo só pode fazer bem à sociedade, o sensacionalismo conduz à censura e ao atraso.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm