Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O problema ambiental e as responsabilidades da mídia

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

A COP-15 está nas manchetes, nos telejornais e nas rádios mas as mudanças climáticas estão sendo sentidas hoje pelos 10 milhões de habitantes de São Paulo com o dilúvio das últimas horas e a percepção de que a sobrevivência do planeta depende da solidariedade humana.

Este Observatório da Imprensa vai tratar hoje das ameaças ambientais e foi beneficiado pela generosidade da TV Cultura. Sem ela esta edição estaria seriamente comprometida já que os estúdios da TV Brasil em São Paulo estão inoperantes pela enchente na região da Vila Leopoldina. Temos assim em tempo real, ao vivo, sem qualquer retórica, os dois elementos fundamentais da perigosa equação de nossos dias: desrespeitamos a natureza há séculos e agora não há outra saída senão a da aliança planetária. O preço das bruscas alterações climáticas pode ser mitigado se conseguirmos vencer nossas divergências pessoais, políticas e religiosas.

A catástrofe ambiental não se resume ao derretimento das geleiras e das calotas polares: as inusitadas enchentes no início da primavera no sul do país, a seca na Argentina e na região amazônica não são fatos isolados. São sintomas do mesmo e assustador fenômeno.

E quem será capaz de costurar estas dezenas de acidentes climáticos? Qual o segmento da sociedade humana treinado para contextualizar e dar sentido aos fragmentos da pauta diária?

Chegou a vez da mídia arregaçar as mangas para convocar o mundo a defender-se da catástrofe anunciada. E quando se fala em mídia estamos nos referindo tanto aos mediadores – nós, como aos mediados, você. O cidadão, todos os cidadãos, são decisivos. Ao usar o etanol e não a gasolina, ao evitar o consumo conspícuo, ao poupar água e evitar o desflorestamento, você está desempenhando um papel tão relevante quanto o de um líder mundial. O inimigo não está entre nós, esta é uma guerra onde todos são amigos. Não será difícil ganhá-la.