Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Os desafios na cobertura da segurança pública

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Tudo começou em meados de fevereiro com a "Operação Guilhotina" desfechada pela Secretaria de Segurança do estado com o apoio da Polícia Federal e do Ministério Público. Foram presas 38 pessoas, das quais 30 eram policiais, um deles delegado que chegou a ocupar a subchefia da Polícia Civil e Secretaria de Ordem Pública do município. A situação do chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, tornou-se insustentável, por isso demitiu-se.

O caso teve ampla repercussão e, como costuma acontecer, evaporou-se. O inquérito, evidentemente, é sigiloso. Ninguém se arrisca a vazamentos. E, sem os subsídios de fontes policiais, os jornalistas que investigam o caso enfrentam dificuldades para avançar nas apurações. Normal.

Tudo deixa de ser normal quando lembramos que no início de dezembro do ano passado, portanto há três meses, aqui neste Observatório, logo depois da reconquista da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, lembramos a advertência pública do ex-Secretário Nacional de Segurança, Luiz Eduardo Soares, a respeito da diversidade dos vilões: além dos traficantes entocados nos morros e favelas, o crime organizado conta com um poderoso sistema de lavagem de dinheiro para financiar suas operações.

Mencionou-se aqui a hipótese da existência de um sofisticado laboratório para rastreamento deste dinheiro sujo mas cujas sindicâncias acabaram sendo usadas por policiais corruptos para extorquir a impunidade dos poderosos chefões. Este laboratório denominado Lab-LD, Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro, operava na esfera da Polícia Civil. O jornal Valor Econômico chegou a mencionar sua existência em notícia da primeira página.

Tudo isso precisa ser retomado, não pode ficar nas coleções dos jornais e nos arquivos. Para isso estamos aqui.