Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Quem se enreda nos grampos da PF

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

O presidente da República falou agora à noite durante doze minutos e dez segundos sobre as acusações que pairam sobre o seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que apareceu implicado na Operação Xeque Mate da Polícia Federal. E falou muito sobre o papel da imprensa na divulgação das investigações sigilosas da Polícia Federal.


Desta vez, o presidente não estava irritado, nem impaciente como aconteceu há dias em Berlim, quando o caso estourou. O presidente Lula procurou responder com tranqüilidade às perguntas dos repórteres que o esperavam na CUT de Guarulhos, São Paulo. Neste ponto, agiu republicanamente: cumpriu o seu compromisso de transparência, deu satisfações, não se colocou numa posição inexpugnável e inatingível.


Apesar das satisfações que ofereceu à sociedade através da mídia, o presidente Lula não deixou de fazer críticas à mídia. E atribuiu à ela a responsabilidade pela divulgação prematura dos grampos sigilosos realizados pela Polícia Federal.


O presidente não tem razão. Quando este Observatório da Imprensa critica o ‘jornalismo fiteiro’ está condenando a prática de divulgar fitas de origem desconhecida, quase sempre suspeitas e gravadas sem o devido amparo legal.


Os diálogos transcritos recentemente pela mídia têm origem conhecida, foram realizados pela polícia com autorização de um magistrado em geral com o suporte do Ministério Público. Se a Polícia Federal escolheu o caminho dos vazamentos e permite que o teor de alguns destes diálogos sejam entregues à sociedade através da imprensa, é porque a PF sabe que a sua divulgação pode produzir novas ações e novas investigações.


Um dado que não deve ser esquecido por todos aqueles que criticam a imprensa é que, até hoje, as denúncias decorrentes dos vazamentos dos grampos da Polícia Federal jamais incriminaram inocentes.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm