Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Relembrar é preciso

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


A crise abalou o país, manteve a sociedade em suspenso ao longo de quase quatro meses. Nunca tanta gente acompanhou por tanto tempo os desdobramentos da vida política. Um flagrante de corrupção nos Correios produziu o mais devastador sacolejo em nossas instituições políticas. O país não será mais o mesmo, assim também os partidos e suas lideranças.


Tudo indica que a primeira fase do furacão está encerrada e antes que a segunda fase comece a esquentar, este Observatório da Imprensa aproveita para fazer um retrospecto das nove edições protagonizadas pela crise.


Tudo começou com um vídeo produzido por um araponga e veiculado sem muito destaque pela revista Veja. Os editores talvez não acreditassem na sua repercussão tanto que a capa da revista exibia o ator Raul Cortez. Mas um compacto do vídeo foi exibido no dia seguinte no Fantástico e a partir daquele domingo 15 de maio aquele flagrante de propina de três mil reais gerou uma sucessão de desdobramentos que está longe de terminar.


A mídia gerou a crise e a mídia a alimentou ao longo destes meses. Algumas vezes comportou-se como divulgadora, outras pretendeu ser protagonista e exagerou. Em geral comportou-se de forma correta, algumas vezes esqueceu seus compromissos de isenção.


Um dado não deve ser esquecido: menos de um ano antes a imprensa brasileira debatia-se na sua mais grave crise econômica. De qualquer forma, estamos apenas no meio do processo, é cedo para tirar conclusões. Mas a hora é boa para refrescar a memória.