Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mais imprensa para melhorar a imprensa

Foi num diário – e não por casualidade aquele mais apegado aos padrões de qualidade – que se expôs a solução para a maioria dos males que corrompem o nosso Quarto Poder. Na Gazeta Mercantil de 29/12, o deputado federal Aloysio Nunes Ferreira Filho (PMDB-SP, presidente da Comissão de Constituição e Justiça) põe o dedo na ferida numa peça curta e definitiva, intitulada "Reforma: a hora da Imprensa". 

Citando justamente a brindodependência, a cadernização, a dramatização dos factóides, a descontinuidade, as pautas frívolas e os linchamentos morais, o deputado aponta o antídoto óbvio: é preciso desconcentrar, abrir, oxigenar a imprensa brasileira com mais veículos e mais opções para a sociedade. 

E, como autoridade no assunto, percebeu onde está o busílis. O famigerado artigo 222 da nossa Carta Magna, excrescência medieval que impede a concorrência e a expansão da imprensa. Num texto de menos de 20 linhas, os constituintes de 88, com o entusiástico apoio da ANJ e da FENAJ, erigiram um dos maiores monumentos ao corporativismo, ao gremialismo paternalista, ao desemprego e à dominação do "mercado" sobre a sociedade. 

Aloysio Nunes Ferreira assume um compromisso público, a primeira luz no fim do túnel da atual crise existencial do jornalismo brasileiro, acesa por aquele que preside o único órgão vitalmente comprometido com a modernização das nossas estruturas e instituições. 

"Estou me propondo a levar o debate ao Congresso Nacional mediante proposta de alteração do artigo 222 da Constituição." 

Aproveitem a oportunidade. O deputado ainda não está na Internet mas está à disposição pelo fax 061-318-2626. (O texto de Aloysio Nunes Ferreira pode ser lido em Entre aspas.)