Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Os dois lados da questão são sempre três

A Federação de Bancos anunciou (em 27/2) que vai diminuir em meia-hora o expediente público das agências bancárias do país. Como que comandados pelos mesmos pauteiros (provavelmente o "consultor" Carlos Soriano, da Universidade de Navarra, guru do novo jornalismo brasileiro), logo acorreram para ouvir o indefectível "outro lado" – o Sindicato dos Bancários que, logicamente, viu na medida mais uma solerte manobra para enxugar os quadros do sistema de bancos comerciais. 

E a opinião da sociedade – quando é que os editores vão se lembrar de ouvir os principais interessados, os clientes e usuários ? Se a imprensa goza de tantos privilégios para representar os interesses do público por que é que este jamais é suscitado? 

Nenhum jornal deu-se ao trabalho de examinar o estado do atendimento do sistema bancário, em que pé anda o famigerado home-banking, qual o nível de satisfação daqueles que, em última análise, são avalistas de uma fabulosa máquina de ganhar dinheiro. 

O jornalismo de controvérsias, corporativo, segmentado e burocratizado, tem apenas duas dimensões, o jornalismo de uma sociedade participativa é, no mínimo, triangular.