Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Feriados e Custo Brasil

Antigamente, quando éramos felizes e não sabíamos, os jornais tinham um editorial pronto para aquelas situações armadas pelas efemérides e calendários: os feriadões, os fins de semana prolongados, as celebres "pontes". 

Hoje, ao contrário, jornalista exulta com o encolhimento da já encolhida semana jornalística: como o leitor não nota, pode-se fechar hoje a matéria que vai sair dentro de cinco dias. 

E, no entanto, estes mesmos jornalistas esbravejam contra o Custo Brasil, arengam que com estas condições brasileiras não podemos concorrer com os produtos estrangeiros, etc. e tal. Acontece, rapazes, que esta sucessão de folgas e santificações da preguiça é um dos itens agravantes do custo Brasil. Uma série de matérias sobre feriados num dos jornalões mesmo que não consiga valorizar a Ética do Trabalho resultaria num aumento de produtividade. 

Raras são as empresas jornalísticas que pagam horas extras, e, quando pagam, raros são os jornalistas que se recusam a escrever aquelas matérias requentadas, falsamente atualizadas. Não se fazem dois carros com a mesma quantidade de matéria-prima e de horas trabalhadas. 

Numa redação dá-se sempre um jeito, quebra-se o galho. Este é o nome do problema: jornalismo quebra-galho