A.D.
entrevista de Ronaldinho a Fátima Bernardes (Jornal Nacional e Globo Repórter, 17/7) não deixa dúvidas quanto ao estado de espírito do jogador com rela&ccedccedil;ão à fofocagem da mídia. Repetiu com detalhes o que já havia declarado logo no início da competição e o que Dunga manifestou sobre o assunto naquela altura (ver A Farra da Copa, número 48).
A.D.
ois dias depois da final, terça-feira, 14 de Julho, o Estadão comprovou com a principal matéria da primeira página que o Estilo Copa de Jornalismo veio para ficar. “Perda da Copa reduz vendas e afeta negócios”, diz a matéria.
Hipotético making of dessa matéria:
Pautada na manhã seguinte à derrota.
Repórteres saem à rua para investigar.
Percorrem a Rua 25 de Março (a rua das quinquilharias de S. Paulo) e verificam o encalhe dos produtos auriverdes.
De tarde conversam com os publicitários envolvidos nos patrocínios (um deles, vice-presidente de uma cervejeira, declarou a este OBSERVATÓRIO o teor do que dissera: só teremos uma avaliação sobre a queda nas vendas dentro de 60 dias).
Matéria fechada no máximo às 20,30 da segunda-feira (depois do Jornal Nacional).
Como pode um jornal com a respeitabilidade do Estadão afirmar em manchete, 36 horas depois da derrota, que o prejuízo será de 150 milhões de reais?
No mesmo dia a Gazeta Mercantil também foi saber o tamanho do rombo: concluiu que será um terço menor do que o calculado pelo Estadão (50 milhões) e ao invés de percorrer as lojas de quinquilharias foi às agências de publicidade para calcular o número de páginas de anúncios canceladas: 70.
A.D.
m sua edição de 18/7, a Revista Folha, espécie de caricatura do jornal, apresenta uma série de personagens – insignificantes – que contam como "amarelaram" em situações extremas.
A matéria mereceu capa do suplemento e teve enorme destaque na primeira página do jornal. É uma forma maliciosa de insinuar que Ronaldinho medrou antes do jogo.
A Folha andou pintada de auriverde ao longo da Farra da Copa. Agora, numa reviravolta cromática, está preferindo o marrom.