Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

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DIGITALIZAÇÃO & REGIONALIZAÇÃO

"CCS priorizará digitalização e regionalização da mídia", copyright Epcom (www.acessocom.com.br), 24/09/02

"As duas principais bandeiras do recém-criado Conselho de Comunicação Social (CCS) para este primeiro ano de trabalho já foram definidas: regionalização da produção e digitalização dos meios. ?Vamos nos concentrar nestes dois temas, pois não seria bom dispersar a discussão por enquanto?, afirmou seu presidente, o jurista José Paulo Cavalcanti Filho. Entrevistado pela revista ?Tela Viva?, Cavalcanti afirmou que antes do CCS tomar qualquer decisão, será preciso examinar as possibilidades de convergência digital e de interação de tecnologias digitais, como internet e outras plataformas, ou até mesmo pensar em uma plataforma única. Além disso, a escolha tecnológica deve levar em conta o impacto econômico, pois o país precisa de emprego e renda. Nesse sentido, é necessário escolher um padrão que permita que todos os equipamentos sejam fabricados no País. ?Eu não posso aceitar que precisemos novamente importar televisões de Taiwan produzidas por alguma subsidiária americana?, disse Cavalcanti.

De acordo com Cavalcanti, o órgão auxiliar do Congresso para assuntos de comunicação analisará também o modelo chinês para a digitalização da TV – o DMB -, além dos já tão comentados modelos americano (ATSC), europeu (DVB) e japonês (ISDB). Desde 1996, disse o presidente do Conselho à ?Tela Viva?, há na China grupos de pesquisa estudando a TV digital. A primeira transmissão em circuito fechado de HDTV foi realizada em setembro de 1998 e em outubro de 1999 ocorreu o primeiro teste de radiodifusão em HDTV. No ano seguinte, zonas de teste foram montadas pelo governo para transmissão nas três maiores cidades. Depois de analisar os sistemas existentes, os chineses perceberam que poderiam desenvolver um sistema próprio. Seria um sistema melhor que os demais, que contemplasse transmissão de conteúdo multimídia, recepção por terminais móveis e integração com redes celulares de tecnologia GSM. Cavalcanti destaca ainda a televisão chinesa está bastante desenvolvida, tendo uma malha de 70,1 mil transmissoras e retransmissoras, cobertura de 92,5% da população e milhões de assinantes de TV a cabo.

Radiodifusão comunitária

Em relação à regionalização, Cavalcanti afirmou que o debate irá além deste ponto, pois envolverá também questões como a das rádios comunitárias e da renovação das concessões. ?A garantia de um mínimo de regionalização é fundamental para a afirmação de uma cultura brasileira?, disse ele, acrescentando que é preciso redefinir o sistema de radiodifusão do Brasil. Em relação às rádios comunitárias, Cavalcanti classificou de incompatíveis a legislação e a burocracia do Ministério das Comunicações (Minicom) na hora de atender às solicitações. ?O Minicom só consegue atender a mil solicitações por mês, mas há oito mil pendentes?. Cavalcanti admitiu a possibilidade de criação de TVs comunitárias, mas ressaltou que um dos desafios é qual modelo seguir. No modelo americano, citou ele como exemplo, as TVs são públicas e não deixam de ser comunitárias por causa disso. O presidente do CCS propõe que o modelo seja discutido a partir das carências e da realidade brasileira. ?Se nos preocuparmos apenas em reproduzir experiências de outros países, ficaremos ainda mais dependentes e pobres?.

Atribuições do CCS

Regulamentado pela lei 8.389, de 30/12 de 1991, e só instalado no início de junho de 2002, o Conselho de Comunicação Social é composto por 8 representantes indicados por entidades profissionais e empresariais da sociedade civil e cinco membros representantes apenas da sociedade civil. Com mandato de dois anos, cada membro tem direito a um suplente exclusivo. Além disso, prevê a lei, os ?membros do conselho e seus respectivos suplentes serão eleitos em sessão conjunta do Congresso Nacional, podendo as entidades representativas dos setores? sugerirem nomes à mesa do Congresso Nacional. Conforme noticiou ?AcessoCom?, o Conselho estará incumbido de estabelecer, supervisionar e fiscalizar as políticas públicas de comunicação e produzir pareceres sobre a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de informação na mídia."

 

REDE TV!

"Rede TV! quer ter o ?seu? Silvio Santos", copyright Folha de S. Paulo, 24/09/02

"Marcelo Carvalho, vice-presidente e um dos donos da Rede TV!, quer ser Silvio Santos? ?Não!?, apressou-se ele a responder. ?Querem que eu seja Silvio Santos. A idéia não foi minha, mas da equipe de criação da TV.?

Foi assim que Carvalho explicou a possibilidade de ele vir a comandar um programa em sua emissora, assim como Silvio Santos, dono do SBT, faz.

?Na primeira vez que me falaram sobre o assunto, sequer considerei a hipótese. Mas, depois, pensei melhor e já estou até gostando da idéia. Acha que levo jeito? Minha família é totalmente contra?, disse Carvalho.

Independentemente da decisão que Carvalho venha a tomar, o fato é que a Rede TV! pretende estrear em janeiro de 2003 um ?game show? de perguntas e respostas com artistas e famosos que estarão no palco, ao vivo. De casa, o público também poderá participar. A intenção é que o programa seja de segunda a sexta, antes do ?Superpop?, que começa às 22h30.

?Nosso colega Silvio Santos teve uma sacada maravilhosa quando lançou o ?Show do Milhão?, que é inspirado no norte-americano ?Who Wants to Be a Millionaire??, e, com isso, ressuscitou no Brasil a época em que ?game shows? como ?Oito ou Oitocentos? e ?O Céu é o Limite? eram sucesso. Acho que está na hora de a Rede TV! fazer a sua versão?, disse Carvalho.

O programa da Rede TV! -que, se tiver Carvalho como apresentador, poderá chamar ?Marcelo e Você?, apesar de ele considerar o nome ?muito hedonista?- será transmitido do estúdio que a emissora deve inaugurar até o final do ano em Barueri (Grande São Paulo), com capacidade, segundo o vice-presidente, para mil pessoas na platéia.

É também nesse estúdio que a Rede TV! deverá, a partir do ano que vem, produzir dramaturgia nacional.

?Estreamos na dramaturgia com ?Betty, a Feia? (novela colombiana), que foi um gol. Apesar de ser um enlatado, deixou de ser ?trash? há muito tempo para tornar-se ?cult?. Mas aqui não pretendemos fazer novelas, queremos produzir programas como ?Os Normais? (da Globo)?, afirma o executivo da emissora."