Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ações em alta

Proprietários de empresas jornalísticas nos Estados Unidos estão radiantes. Eles anunciaram, em conferência com investidores de mídia, que suas ações aumentaram 10% somente na semana de 6 a 10/12/99. De acordo com números levantados por Felicity Barringer para The New York Times (13/12/99), as ações da empresa Dow Jones, proprietária do Wall Street Journal, cresceram 10,5% durante a semana, The New York Times Co. fechou com ganho de 12%, e Tribune Co. teve aumento de 14%, acumulando ganho de 71% durante o ano.

Durante a conferência, as empresas anunciaram que o salto no valor das ações é resultado de crescimento obtido tanto com veículos impressos quanto com online. Os lucros obtidos por jornais impressos com publicidade tem sido garantidos por anunciantes on line. "Os ‘ponto com’ [veículos on line] dão lucros mas não constróem fábrica, constróem audiência", afirmou o analista Douglas Arthur em entrevista a Felicity Barringer. Segundo Arthur, os lucros realizados pelos jornais on line são utilizados na busca por mais audiência, ou seja, mais publicidade nos veículos impressos.

 

Duas semanas depois de ser fechado pela corte religiosa do Irã, o jornal reformista e pró-democracia Khordad foi reaberto com o nome de Fatth (Vitória). Khordad foi fechado em 27/11 e acusado de espalhar mentiras sobre o Islã. Seu dono, Abdullah Nouri, que seria um forte candidato reformista para as eleições de fevereiro, foi sentenciado a cinco anos de prisão por insultar o islamismo e a memória do aiatolá Khomeini.

De acordo com texto da Associated Press para The New York Times (11/12/99), a primeira edição de Fatth trouxe a foto de Abdullah Nouri estampada na primeira página. Seus responsáveis afirmam que continuarão a lutar pela democracia e prometem ser tão desafiadores ao regime e quanto eram na época de Khordad.

 

Os militares russos que aderiram à estratégia da ONU, empregada em Kosovo, de negar veementemente suas baixas, têm-se esforçado, há pelo menos dez semanas, para controlar a imprensa local e impedi-la de reportar derrotas.

Segundo matéria de Ian Traynor para o jornal britânico The Guardian (17/12/99), a TV estatal russa, a única que consegue cobrir todo o território, refuta as informações veiculadas pelas agências ocidentais sobre as baixas de soldados russos em Grozni, capital da Tchetchênia. O noticiário da TV estatal de 16/11 veiculou declaração de Aleksandr Zdanovich, da FSB, antiga KGB, afirmando que as informações veiculadas pelas agências ocidentais não são confiáveis. "A maioria das agências, incluindo Reuters, dependem de free lancers tchetchenos para garantir suas informações. A maioria deles está sob pressão dos rebeldes ou colaboram com o serviço especial do oriente."

Em referência ao controle da mídia feita pelos militares russos, Boris Kagarlitsky, âncora da NTV, afirmou, enquanto apresentava noticiário, que "nossos governantes e nossos militares estão convencidos de que uma guerra pode ser ganha pela televisão".