Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Ao gosto do freguês

CINEMA REEDITADO

A Associação Americana de Diretores está processando 13 empresas especializadas em editar filmes para cortar cenas de sexo ou violência. A alegação é de que alterar obra alheia infringe leis de direito autoral. A comercialização de filmes "limpos" existe há muito tempo nos EUA, mas agora grandes sucessos de bilheteria estão sendo atingidos. Já existem versões sem violência de O resgate de soldado Ryan e sem nudez de Titanic.

O alvo principal do processo são algumas empresas instaladas nos estados de Utah e Colorado. Além de fitas e DVDs editados, elas fornecem softwares que bloqueiam imagens a critério do usuário. Pioneira no ramo, a CleanFlicks é uma rede de locadoras de Utah que oferece mais de 100 filmes alterados, entre eles O Poderoso Chefão. A MovieMask tem um software, que pode ser instalado em qualquer computador e que logo existirá também em aparelhos comuns de DVD, que pula ou altera trechos indesejados. Por enquanto, apenas 75 títulos foram manipulados pela empresa.

O problema da "limpeza" de filmes chamou a atenção de Hollywood quando a MovieMask foi até lá para apresentar o potencial de seu produto. Ver a nudez de Kate Winslet em Titanic coberta por um espartilho digitalmente criado não agradou em nada aos diretores. Em cena de luta de A Princesa Prometida, foi adicionado efeito que transformou as espadas em sabres de luz iguais aos de Guerra nas Estrelas. O próximo passo da MovieMask, que provavelmente também vai irritar os diretores hollywoodianos, será inserir produtos nos filmes. Ela assinado contrato com empresa especializada em inserção publicitária e, possivelmente, o merchandising digital será direcionado regionalmente para cada tipo de consumidor.

Segundo Rick Lyman do New York Times [19/9/02], o proprietário de algumas lojas CleanFlicks entrou com processo para que a justiça assegure que os filmes "limpos" sejam legais.