Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Armando Antenore

MÍDIA & POLÍTICA

"TV Cultura faz análise do marketing pefelista", copyright Folha de S. Paulo, 4/12/01

"A arrancada de Roseana Sarney nas pesquisas para a Presidência da República resulta do marketing político e não do desempenho da pefelista como governadora do Maranhão. A tese, que já circula em jornais e revistas do país, acaba de chegar à TV Cultura.

A emissora pública de São Paulo é custeada pelo governo do PSDB, o partido que mais se preocupa com o avanço de Roseana. Se continuar subindo na preferência dos eleitores, a maranhense poderá lançar candidatura própria e anular as pretensões tucanas de reeditar a aliança que, por duas vezes, elegeu FHC.

Ontem, o ?Vitrine? -jornalístico da Cultura dedicado à análise dos meios de comunicação- debruçou-se sobre a campanha publicitária do PFL que tem a governadora como protagonista.

?A gente escolheu alguns trechinhos do comercial para comentar as técnicas de propaganda, de marketing, de venda de um produto, de uma idéia?, disse o apresentador Marcelo Tas, 42, logo que abriu o programa.

Antes de mostrar os trechos, ressaltou que Roseana saiu ?do zero? e atingiu a vice-liderança nas pesquisas por causa de uma ?megamegaexposição? midiática.

Enquanto cenas da campanha ocupavam a tela, Tas apontava o fato de a governadora aparecer sempre ?sorridente, tranquila e dinâmica, em movimento?. A seguir, destacou que ?os comerciais? procuram não estabelecer um elo entre Roseana e seu pai, o ex-presidente José Sarney -?um dos caras que deixaram o Brasil mais bagunçado, com aquela inflação, aqueles escândalos?.

A Cultura transmite o ?Vitrine? nas noites de quarta-feira e o reprisa às segundas. A edição de ontem, portanto, já havia sido exibida antes. Quinze Estados -o Maranhão não faz parte da lista- recebem o programa, que alcança audiência média de um ponto (44 mil domicílios) na Grande SP.

?Gozo de absoluta liberdade para expressar o que penso. A direção da emissora não interfere no ?Vitrine?, afirma Tas. ?Cada programa conta com três quadros opinativos, em que costumo tecer considerações sobre fenômenos da mídia. Daí o interesse por Roseana. Aquele texto é todo meu.?

No entanto, desde que assumiu o programa, em 99, o apresentador nunca tinha tratado de campanhas partidárias. ?Só que, a partir de agora, vamos tratar.?

?É verdade?, reitera Jorge da Cunha Lima, 68, presidente da Fundação Padre Anchieta, que administra a Cultura. ?As propagandas políticas exercem enorme influência nos resultados eleitorais, e o ?Vitrine? resolveu avaliá-las com rigor crítico. Nós não iremos nos opor.? Mesmo se as campanhas enfocarem o PSDB? ?Claro?, responde Cunha Lima."

"Quem tem a força", in Painel, copyright Folha de S. Paulo, 6/12/01

"São de pefelistas 37,50% das concessões de rádio e televisão nas mãos de parlamentares, governadores e prefeitos. Pertencem a peemedebistas 17,5% das emissoras; a pepebistas, 12,5%; e a tucanos, 6,25%. O levantamento foi feito por Israel Bayma, da assessoria do PT na Câmara, a partir de dados do Ministério das Comunicações.

Monopólio do Maranhão – O estudo do PT lista membros da família Sarney como sócios de 56 emissoras de rádio e televisão no Maranhão. Roseana Sarney aparece em seis sociedades de TV, em quatro de rádios FM e em seis de rádios AM."