Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

As heranças de 1984

DIRET?RIO ACAD?MICO

ENSINO DE JORNALISMO

Victor Gentilli

Em todo o Brasil, os cursos de Jornalismo revêem os seus projetos acadêmicos e suas estruturas curriculares. Mesmo ainda não aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, as novas diretrizes curriculares são referência fundamental. Os novos padrões de qualidade, documentos produzidos pela Comissão de Especialistas de Ensino de Comunicação, também são de consulta indispensável, assim como as Diretrizes do Provão e outros documentos.

Mas o que se percebe, nitidamente, pelo país afora é que o currículo mínimo determinado pela resolução 02/84, aprovado pelo então Conselho Federal de Educação, continua como matriz inspiradora dos novos projetos.

Isso é bom e ruim.

Não podemos jogar fora toda a experiência acumulada pelos anos em que este currículo mínimo vigorou, e jogar fora ao mesmo tempo seus problemas e suas virtudes.

O currículo de 1984, ao contrário de todos os anteriores, teve uma vida longa e foi bem-aceito na época. Aliás, de um modo geral, continuou e continua sendo bem aceito por muitos.

Hoje temos visto movimentos em todas as direções.

** Há quem produza novos projetos acadêmicos jogando no lixo todo o passado, indiscriminadamente.

** Há quem produza novos projetos acadêmicos preservando anacronismos de 1984.

** Há quem produza novos projetos acadêmicos preservando o que 1984 tem de bom.

Do meu ponto de vista, esta última alternativa é, indiscutivelmente, a melhor.

A disciplina de Comunicação Comparada, que jamais teve qualquer coisa que lhe desse identidade própria, curiosamente vem sendo mantida em vários currículos. Compara-se de tudo.

Há quem entenda que os quatro jornais-laboratório impressos previstos em 1984 continuam obrigatórios hoje. A obrigatoriedade legal caiu, mas quem não fizer jornais regulares, sistemáticos, bem produzidos, em todas as mídias, jamais chegará perto de um curso de qualidade.

Alberto Dines, certa vez, comparou o ensino de Jornalismo ao ensino de Medicina. Da mesma forma como não se concebe um curso de Medicina sem um hospital-escola, não podemos conceber um curso de Jornalismo sem jornais-escola. Em 1984, isso era uma utopia distante. Hoje, isso é uma realidade palpável.

Eis um bom caminho a percorrer.

ESTUDO

V. G.

Ao fechar esta edição, na manhã do dia 1? de abril de 2001, os textos aprovados no GT de Estudos de Jornalismo da Compós (Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação) ainda não estavam disponíveis para leitura.

Quando esta edição estiver na rede, é grande a possibilidade de que os textos já estejam acessíveis. Mesmo quando disponíveis na rede, na página da Compós, deverão permanecer inéditos até o final de maio/início de junho, quando se realiza o encontro anual da entidade, por força de norma da entidade.

Mas a consulta não é proibida.

Há vários textos interessantes. Destaca-se, entre tantos, um estudo sobre este Observatório da Imprensa realizado pelo professor Afonso de Albuquerque, coordenador da pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com dois orientandos de Iniciação Científica. Clique abaixo para conhecê-los.

Veja também

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