Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

"Avaliação pra valer" é a solução

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DIRET?RIO ACAD?MICO

PROVÃO II

V.G.

Se no texto anterior eu falo asperamente com os líderes estudantis é porque tenho por eles grande respeito e apreço. Apenas lamento que um movimento que caminhava tão bem tenha se perdido no momento em que optou por privilegiar o boicote ao provão.

A Enecos participa com propostas, legitimidade e seriedade de todos os debates sobre qualidade de ensino. Em meados dos anos 90, realizou um movimento intitulado Fiscalize sua Escola que, na minha avaliação, foi uma ação muito importante que produziu uma cartilha que até hoje é referência fundamental para uma análise dos cursos.

Logo em seguida, o movimento evoluiu para o Avaliação pra Valer, que aprofundava a experiência anterior, tomava emprestadas boas experiências de outras áreas e, certamente, produziria resultados bem melhores que os do Provão.

Lamentavelmente, quando o governo anunciou o Provão, as energias dos líderes foram todas desviadas para o boicote. Triplo equívoco: primeiro abandonou o Avaliação pra Valer. Se o projeto fosse tocado no ritmo em que vinha caminhando, todos levariam seus resultados muito mais a sério que o próprio Provão. Segundo, optou pelo pior caminho na crítica ao Provão: o boicote, com entrega das provas em branco. Como já afirmei, a suposta "perversidade" do MEC em penalizar os alunos é repassada aos cursos. Não comparecendo, de forma organizada e coletiva, os estudantes colocariam o problema ? seu terceiro equívoco ? no colo do MEC, e não da escola que lhes deu conteúdos, habilidades, competências e está em vias de lhes dar um diploma.

Os líderes dos estudantes sempre citam a experiência dos alunos de Medicina, que têm o CINAEM como instrumento de avaliação, muito mais eficiente que o Provão. A diferença é que os estudantes de Medicina fazem o Provão e o CINAEM.

Em outras palavras, os estudantes de Medicina hoje têm dois termômetros para medir a temperatura dos cursos.

Pelo que propõem os líderes dos estudantes de Jornalismo, o importante é quebrar o único termômetro que temos. Uma pena.

AUDIÊNCIA

V. G.

Coordenadores e diretores de cursos de Comunicação e Jornalismo de Instituições Federais de Ensino serão recebidos em audiência pelo ministro Paulo Renato Souza, e pela secretária de Educação Superior, Maria Helena Guimarães de Castro, também presidente do Inep, na tarde do dia 5 de junho.

A idéia surgiu e tomou forma durante o 2o Seminário do Provão, evento paralelo ao IV Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado nos dias 26 e 27 de abril, em Campo Grande (MS). Em debate com o diretor de Avaliação do Inep, Tancredo Maia Filho, responsável maior pelo Provão, as dificuldades dos cursos das universidades federais ? das quais o MEC é simultaneamente avaliador e mantenedor ?, a idéia de uma audiência com o ministro para relatar problemas e buscar soluções tomou forma, e agora se consolida com o agendamento do encontro. Quando a idéia surgiu, Tancredo prontamente se prontificou a levar o pleito ao ministério.

A pauta do encontro será a avaliação do ensino de Jornalismo, as IFES (deficiências relacionadas a infra-estrutura, equipamentos e ampliação de vagas docentes e de técnicos especializados dos cursos de Jornalismo) e o encaminhamento de possíveis soluções aos problemas enfrentados.

O documento solicitando a audiência é assinado por 18 docentes, diretores, chefes de departamento ou coordenadores de cursos das universidades federais do Rio Grande do Sul, de Santa Maria (RS), da Paraíba, de Mato Grosso do Sul, de Santa Catarina, do Amazonas, do Pará, de Goiás, de Minas Gerais, da Bahia, de Brasília, de Pernambuco e do Espírito Santo.

Penso que é a primeira vez que um ministro da Educação recebe dirigentes de cursos na história do ensino de Comunicação e/ou Jornalismo no Brasil.

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