Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cada vez menores

MONITOR DA IMPRENSA

MINORIAS NA REDAÇÃO

Por 23 anos, a Sociedade Americana de Editores de Jornal (Asne) tem calculado os números crescentes de jornalistas negros, hispânicos e ameríndios nos Estados Unidos. A intenção é aumentar ainda mais essa participação. Agora, eles estão em declínio, segundo dados de 2000, o que mostra que o recrutamento e a retenção de minorias na profissão falharam em acompanhar o passo do crescimento do emprego como um todo. O que torna ainda mais distante a promessa da indústria da comunicação de que até 2025 as redações espelhem etnicamente a população, segundo Felicity Barringer [The New York Times, 2/4/01].

A Asne e outras organizações de jornalistas há tempos afirmam que, se as equipes nas redações não refletirem a diversidade das comunidades que cobrem, será difícil para qualquer jornal prover cobertura completa e justa. "No mínimo, todos os jornais deveriam empregar jornalistas de cor e todo jornal deveria refletir a diversidade de sua comunidade", diz a política da Asne.

Mark Trahant, presidente do Instituto de Educação em Jornalismo Maynard, disse que "uma das razões para o declínio dos números é a completa desatenção à retenção". E acrescenta: "Precisamos trabalhar mais arduamente, ou ser mais espertos sobre a forma de lidar com a situação." Enquanto a contratação de jornalistas de minorias cresceu 0,3% em 1999, o percentual de jornalistas negros caiu pela primeira vez, de 5,4% para 5,3%. A partir desses dados, pode-se ter uma dica da tendência deste ano.

MÍDIA NA TURQUIA

A mídia da Turquia deveria estar preocupada com a cobertura da crise econômica que ameaça desestabilizar o país, principalmente porque um quarto dos funcionários de TVs e jornais está fora do emprego. A crise começou em meados de fevereiro, afugentando investidores estrangeiros e causando demissões. Mas nenhuma indústria sofreu tanto quanto a jornalística. Cerca de 3 mil dos 12 mil profissionais de imprensa foram demitidos nas últimas semanas, segundo Douglas Frantz [The New York Times, 2/4/01].

Tal como nos Estados Unidos, donos de empresas jornalísticas culpam a queda do faturamento publicitário. Para alguns, no entanto, a crise econômica expôs vícios e defeitos da grande imprensa turca. Jornalistas afirmam que a expansão dos barões da mídia para outros negócios, como bancos e companhias de seguro, são parcialmente responsáveis pela redução dos empregos. Críticos também acham que há questões políticas por trás das demissões ? alegação negada por porta-vozes das empresas.

Na última década, cresceu o número de jornais e emissoras de TV de propriedade privada. Em vez do compromisso com o jornalismo independente, dizem os críticos, alguns proprietários de jornais e TVs estão interessados apenas em fazer seu próprio negócio crescer. Grande parte da mídia turca adota um misto de colunistas ? são de 20 a 30 nos grandes jornais ? com salários altíssimos e seções de celebridades e fofocas que vendam jornais e atraiam espectadores. Repórteres têm que se contentar com salários que variam entre US$ 500 e US$ 1.000.

MÍDIA ESPORTIVA

Editores de esportes estão se recusando a pedir credencial da principal liga de beisebol para seus repórteres, afirmando que o esporte está tentando impor restrições à cobertura dos jogos. Segundo a Associated Press (31/3/01), enquanto os advogados das partes tentam chegar a um acordo, os repórteres cobrirão os jogos com ingressos temporários. A liga teve início no dia 1o de abril.

A liga de beisebol quer limitar a transmissão de informações de jornalistas e fotógrafos durante os jogos. Jornais também se revoltaram quanto a regras que os impedirá de usar suas próprias fotos dos jogos em outros meios, como em promoções. "Não assinaremos um documento que contraria nosso interesse", disse Tim Burke, editor-executivo assistente de esportes do Palm Beach Post e presidente da Associated Press Sports Editors.

George Freeman, consultor editorial do New York Times, afirmou que a liga está desafiando tanto os direitos de propriedade intelectual quanto a Primeira Emenda. "A questão central é que eles vêem o jogo de beisebol como uma performance privada, cuja informação controlam totalmente, em vez de um evento público que deve ser noticiado a todos", disse Freeman.

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