Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Campanha multimídia

MÍDIA & AIDS

A Viacom planeja engajar seus meios de comunicação numa campanha de conscientização sobre a Aids. O projeto, que deve começar em janeiro e durar dois anos ou mais, usará o espaço publicitário não-vendido em emissoras de TV, estações de rádio e mesmo outdoors para veicular mensagens sobre a doença. O esforço deve ir além dos tradicionais anúncios de serviço público, revelam Geraldine Fabrikant e Sheryl Stolberg [New York Times, 9/10/02], pois a corporação pretende levar o assunto até os programas de TV e filmes que produz.

O presidente Mel Karmazin afirma que a Viacom fará apenas sugestões aos produtores, sem impor nada. Algumas séries de TV, como Girlfriends (UPN), Frasier (NBC) e Becker (CBS), já concordaram em participar. Embora essa tática de promover mensagens sobre saúde pública não seja nova ? os centros federais de controle e prevenção de doenças já prestaram consultoria a produções de Hollywood ? esta campanha é a maior já organizada por uma única companhia. Drew Altman, presidente da Kaiser Family Foundation (organização de pesquisa que está aconselhando a Viacom) diz estar animado com o projeto porque alguns veículos envolvidos, como Black Entertainment Television e MTV, têm uma audiência formada pelos grupos mais atingidos pela Aids: os jovens e as minorias.

Obviamente, a campanha também serve como publicidade positiva para a corporação, mas Altman reconhece que ela está assumindo um certo risco ao lidar com uma doença que muitos associam a comportamento inadequado, já que envolve sexo e drogas. Segundo Karmazin, a idéia de organizar um esforço conjunto surgiu numa reunião com a equipe, quando se discutiu as campanhas contra a Aids movidas separadamente por emissoras do grupo, como a MTV. O projeto deve custar US$ 3 milhões e usar um espaço publicitário no valor de US$ 120 milhões.

O porta-voz da Viacom, Carl Folta, lembrou que as mortes relacionadas a Aids devem chegar a 100 milhões em 2020, e que só nos Estados Unidos são registrados 40 mil novos casos por ano. Ou seja: "Ainda há pessoas que não entenderam a mensagem".