Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Carlos Eduardo Lins da Silva

GUERRA & TERROR

"O papel aceita tudo", copyright Folha de S. Paulo, 21/12/01

"O papel aceita tudo, costumam dizer jornalistas para ressaltar a facilidade com que é possível colocar em letra impressa qualquer tipo de informação, mesmo a mais mentirosa, e, com isso, dar-lhe aparência de verdade. Nos tempos da internet, a tela também aceita tudo. Mentiras, infâmias e equívocos são transmitidos mundo afora via correio eletrônico e por meio de portais de indivíduos ou de pequenos grupos.

A mera insistência com que recebemos essas mensagens parece lhes conferir algum tipo de respeitabilidade. Quando são transpostas para um jornal ou uma revista, tornam-se fatos que podem provocar todo tipo de prejuízo a pessoas, instituições ou países.

Nas últimas semanas, houve pelo menos três exemplos relevantes desse tipo de disseminação de informações falsas: a de que a rede de TV CNN havia usado imagens antigas de manifestações de júbilo em cidades palestinas como se tivessem sido filmadas após os atentados de 11 de setembro; a de que livros escolares americanos reproduziam mapas do Brasil em que a região amazônica não constaria como parte do país; e a de que a CIA abriu um escritório em São Paulo (na verdade, foi o Serviço Secreto, órgão do Departamento do Tesouro encarregado de apurar crimes financeiros, que passou a ter instalações aqui).

Processo similar é o da grande repercussão que têm tido dois artigos de Frei Betto e publicados pelo jornal ?O Estado de S.Paulo? (31/10 e 28/11), ambos intitulados ?Laços de família?. O escritor e ativista social empresta a credibilidade de seu nome e do jornal com o qual colabora para espalhar, como se fossem reais, boatos que pululam na internet, mas não encontram abrigo em nenhum livro, periódico ou documento respeitável ou digno de mínimo crédito.

Frei Betto basicamente traduziu um texto de Francesco Piccioni publicado em 26 de setembro no jornal ?Il Manifesto?, diário de pequena circulação, especialmente entre intelectuais, simpático ao Partito Democratico della Sinistra, o sucessor do Partido Comunista Italiano. O caráter sensacionalista de seu conteúdo, a suposta ligação pessoal e de negócios entre as famílias Bush e Bin Laden, garantiu-lhe sucesso na internet.

A simples quantidade de erros factuais incontestáveis que aparecem nos dois curtos textos bastaria para desqualificá-los. A Luftwaffe (Força Aérea Alemã) é chamada de ?empresa nazista? (com a qual o avô do atual presidente americano teria negociado combustíveis durante a Segunda Guerra). O pai de Osama bin Laden aparece como tendo morrido em 1968 ?ao sobrevoar os poços de petróleo de Bush? (ele morreu naquele ano, sim, mas num acidente de helicóptero na Arábia Saudita; quem morreu no Texas, 20 anos mais tarde, em 1988, foi um irmão de Osama, Salem, num acidente de ultraleve sobre uma pastagem em San Antonio, 750 km a sudeste de Midland, onde, até 1986, a família Bush teve os escritórios de seus negócios com petróleo, que eram todos ?offshore?, não de poços no Texas).

Os erros continuam. O autor de uma biografia de W. Bush, baseada em fofocas e sem substância, James Howard Hatfield, é chamado de Steve Hatfield. O texto afirma que a empresa de petróleo de W. Bush ?renasceu? com o nome de Spectrum 7 -empresa que, de fato, a comprou em 1983.

Depois, vêm rumores com toda a característica de infundados que aparecem como acontecimentos autênticos.

Por exemplo, o de que George H. Bush, o ex-presidente, ?coordenou? a fracassada invasão da baía dos Porcos, em Cuba, em 1961. Nada mais improvável, já que Bush, à época, já era dirigente do Partido Republicano, de oposição ao governo Kennedy. Uma referência a essa possibilidade aparece em ?George Bush: The Unauthorized Biography?, mas sempre em cautelosa condicional (embora os autores do livro, Webster Tarpley e Anton Chaitkin, sejam tão hostis a Bush que o chamam de ?Calígula americano?). As únicas evidências circunstanciais que Tarpley e Chaitkin oferecem ao afirmar que Bush ?pode ter tido participação em algumas operações secretas da comunidade de inteligência americana? em 1961 são o fato de o ex-presidente ter sido membro de uma confraria universitária de onde saíram diversos dirigentes da CIA e de o codinome da operação em Cuba ter sido Zapata (nome da companhia de petróleo de Bush à época) e dois barcos usados na ação se chamarem Barbara (como a ex-primeira-dama) e Houston (onde os Bush viviam desde 1959).

Aliás, ao repetir essa inverossímil prova da participação de Bush no fiasco da baía dos Porcos (sem citar a fonte), Frei Betto comete outro erro factual ao dizer que Zapata foi o nome de uma das três embarcações usadas na invasão (na verdade elas foram sete: Houston, Barbara, Blagar, Rio Escondido, Caribe, Atlantic e Lake Charles). É muito mais provável que o codinome Zapata tenha sido adotado porque a invasão se deu em três praias da península de Zapata, em Cuba, como os próprios Tarpley e Chaitkin admitem em seu livro, e que Barbara e Houston, nomes comuns no imaginário hispano-americano, tenham sido escolhidos de modo aleatório.

Mentiras e equívocos são transmitidos via internet; a mera insistências dessas mensagens parece lhes conferir respeitabilidade

Outro boato dado como fato é o de que Salem bin Laden foi ?sócio? de W. Bush em seus empreendimentos petrolíferos. A única informação confirmada por documentos públicos é a de que um investidor texano chamado James R. Bash, amigo de juventude de Bush, que tem ligações e negócios com diversas empresas sauditas, entre elas possivelmente o grupo Bin Laden, colocou US$ 50 mil (de um total de US$ 4,7 milhões) no processo de constituição da Arbusto Energy, de propriedade de W. Bush, em 1977. Essa informação consta do premiado livro ?The Outlaw Bank?, dos jornalistas da revista ?Time? Jonathan Beaty e S.C. Gwynne (não citado por Frei Betto). Bush vendeu a Arbusto (rebatizada Bush Exploration) em 1983.

Ainda na lista das alegações inverificáveis que passam como verdadeiras nos artigos estão a suposta violação de um cemitério apache para roubar o crânio do cacique Jerônimo, supostamente cometida por Prescott Bush, avô do atual presidente, em 1918. A evidência da acusação é um livro (não citado por Frei Betto) de 1933 chamado ?History of Our Order? (?História da Nossa Confraria?), publicado pela Skull and Bones, uma associação de estudantes da Universidade Yale, frequentada pela elite da Costa Leste americana, em que brincadeiras necrófilas audaciosas costumavam granjear fama entre os pares. O incidente apareceu brevemente na imprensa americana em 1988, quando um cidadão apache chamado Ned Anderson tentou, sem êxito, processar a família Bush pela pretensa profanação.

Outra afirmação para a qual não é possível encontrar sustentação além dos artigos de Piccioni e do próprio Frei Betto é a de que o ex-presidente Bush viajou a Paris, em dezembro de 1979, a bordo de um avião de propriedade de Salem bin Laden. Assim como a de que foi Bush, em 1988, quando era vice-presidente e candidato à Presidência, quem ?recorreu a Osama (…) para, monitorado (pela CIA), fortalecer a resistência afegã contra os invasores comunistas?. Ou de que tenha sido a pedido de Bush, em 1979, que Bin Laden foi enviado por seu tutor ao Afeganistão (outro erro do texto é afirmar que Bush era diretor da CIA em 1979; ele ocupou o cargo de 1976 a 1977; em 1979, preparava sua frustrada tentativa de ser o candidato do Partido Republicano à Presidência em 1980).

Sempre é possível argumentar que todos esses equívocos são detalhes. Frei Betto, como religioso, pode achar o mito superior à lógica: não importa que o mar Vermelho não se tenha aberto aos hebreus, como conta a Bíblia, mas sim que Moisés liderou seu povo da escravidão no Egito à terra prometida. É o caso, então, de ir ao fundo do argumento dos artigos: as famílias Bush e Bin Laden ajudaram-se reciprocamente ao longo dos anos e, por isso, são merecedoras das desgraças que decorrem de seu presente conflito. Ou, ainda que sub-repticiamente: a elite americana se comporta tão mal que, no fundo, merece os ataques de que é vítima (?cria cuervos?).

É difícil aceitar que alguma relação possam ter com a tese central, mesmo se aceitos como corretos, episódios como o roubo do crânio de Jerônimo pelo Bush avô ou a participação de Bush pai na invasão de Cuba. Embora inconsubstanciadas, as alegações de que Salem bin Laden investiu na Arbusto Energy e emprestou um avião para Bush pai viajar à Europa têm a ver com o cerne da questão levantada pelos artigos. Convenha-se que é pouco para caracterizar intimidade na relação familiar. O segundo artigo de Frei Betto repete trechos do primeiro e limita-se a mostrar possíveis relações dos Bin Laden com grupos de negócios americanos (a afirmação de que W. Bush dirigia a Harken Energy quando o BCCI, onde um amigo dos Bin Laden operava, comprou 11,5% das suas ações é incorreta; à época, o atual presidente dirigia o Texas Rangers, time de beisebol).

O que sobra, portanto, é muito pouco. O governo dos EUA, durante as administrações Reagan e Bush pai, deu apoio político, militar e material a Osama em sua campanha contra os russos no Afeganistão. Esse fato, amplamente conhecido, prova, sem dúvidas, que os americanos ajudaram a fortalecer o inimigo que lhes infligiu a maior tragédia de sua história, o que pode ter sido mais um da longa lista de erros de avaliação política que seus governos realizaram ao longo dos anos. O resto é como qualquer coisa que o papel e a tela aceitam. (Carlos Eduardo Lins da Silva, 48, doutor em jornalismo pela USP, é diretor-adjunto de Redação do jornal ?Valor Econômico?. Foi secretário de Redação (1984-87), diretor-adjunto (1988-89) e correspondente em Washington da Folha (1987-88 e 1991-98))"

"Mídia, véu e burca", copyright Correio da Cidadania, 28 a 5/12/01

"O atentado de 11 de setembro, pelos seus desdobramentos, foi visto pela mídia como o fato que abriu o século 21. Se a queda do muro de Berlim, dez anos atrás, anunciava o aprofundamento do processo brutal da concentração de riqueza no centro do sistema – a dita globalização neoliberal -, a queda das torres gêmeas e a destruição de parte do Pentágono podem ser vislumbradas como a primeira ação de conseqüência global, tomada por parte da periferia excluída. Independente de quem tenha tomado a iniciativa daquela ação, e até agora, mesmo com milhões gastos pela CIA e FBI, não há provas convincentes de seus autores, fica claro que aquela foi uma ação de desesperados e descontentes com os rumos que a potência hegemônica impõe ao mundo atual.

Glauber Rocha, o cineasta da lucidez do terceiro mundo, dizia que a mais nobre manifestação cultural da fome é a violência. E mesmo Jesus Cristo teve que lançar mão da violência para expulsar os vendilhões do templo.

Não há dúvidas de que estamos vivendo neste momento o império da violência. É que a fome no mundo inteiro ficou bem maior. A maior potência do globo neste momento promove, ainda neste dezembro de 2001, um massacre contra um povo miserável. Destes que andam espalhados pelos campos e cidades da periferia. Basta ver uma foto ou um segundo de imagem de um afegão, para perceber a semelhança com o flagelado nordestino, para falar em miseráveis mais próximos de nós, brasileiros.

O esforço com que a mídia ocidental, orquestrada pela CNN, tratou de impor a versão norte-americana do atentado nos obriga a pensar no papel que os meios de comunicação desempenham em momentos de crise aguda. Eles funcionam como um véu ou uma burca, filtrando verdades que se exibem à vista. No cruzamento entre jornalismo e o fato, imposto à população pelos grandes detentores dos meios de comunicação, o que se oculta não é o rosto de uma mulher. Mas a verdade histórica:

A realidade dos fatos:

A interpretação midiática:

1 – Não há até agora prova convincente contra Bin Laden.

1 – Osama bin Laden é culpado, e por isso o Afeganistão precisou ser atacado.

2 – A miséria do povo afegão, ferindo nossos olhares, é aumentada por uma guerra selvagem, onde bombas caem do céu ?justificadas? por caírem junto com alimentos.

2 – Os EUA estão promovendo, com a guerra, a redemocratização do país.

3 – Talebans subiram ao poder com o apoio norte-americano, quando era conveniente para aquele país. Assim como foram por eles ungidos, no passado, Sadam Hussein, na guerra Irã x Iraque, e o próprio Osama bin Laden, durante o conflito com a antiga União Soviética.

3 – A Aliança do Norte é mais um dos ?salvadores?, que vieram para livrar o Afeganistão do obscurantismo Taleban.

Ou seja, em tempos de guerra, a mídia funciona como máquina de propaganda a serviço do mais poderoso. Revela uma total falta de compromisso com a verdade e com a luta pelo bem estar da humanidade.

Os grandes jornais brasileiros procuram hoje responder a uma demanda de informações cada vez mais complexas e especializadas. Oferecem seções que vão da política ao esoterismo, das descobertas científicas aos fatos culturais, da moda aos avanços da medicina, passando por seções ou cadernos especializados em informática, culinária, literatura, orientação ao homem do campo, ciências jurídicas, moda, comportamento etc. Esta demanda é particularmente maior no que diz respeito à informação do fato político – matéria privilegiada por praticamente todas as redações, que lhes dedicam invariavelmente as primeiras páginas dos primeiros cadernos. Mas quando é exigido fazer crônica da história do tempo presente, violento e cruel, estes dificilmente se colocam à altura da responsabilidade histórica ou ao lado da verdade. Se a verdade, em tempos de paz, pode ser relativizada, em tempos de guerra ela se torna um valor absoluto: carnificina é carnificina em qualquer parte. Não pode ser tratada como um gosto, ou uma moda, ao sabor do momento. Mas, infelizmente, em tempos de guerra, a ?isenção? e ?objetividade? jornalísticas sucumbem de vez e levam com elas a verdade.

A mídia, sob pressão direta do centro do sistema, é empurrada para o alinhamento com os ?valores da civilização ocidental?. Quando olhamos mais de perto, descobrimos que esses decantados valores promovem a fome, a miséria e a guerra na periferia. O pesadelo do centro é ser atingido por esses dois espectros em seus invioláveis territórios. O atentado de 11 de setembro anunciou o fim do sonho e o início do pesadelo americano.

Enquanto isso, na redação, pressionado pela necessidade de adequação à linha editorial do jornal, o jornalista pequeno burguês pena. Estas pressões são de várias ordens, a começar pela adequação à linha editorial do jornal e dos anunciantes (o maior deles é o governo), presentes já em tempos normais. Em tempos de guerra e violência, estas pressões difusas se acirram e se transformam em imposições. Aí a mídia passa a funcionar como verdadeira fábrica de notícia e propaganda.

Pressões ?estilísticas? também atuam diretamente no discurso jornalístico. O repórter se depara com a necessidade de criar artificialmente gravidade, importância e dramaticidade em cada matéria. O Manual da Folha de São Paulo, por exemplo, para citar um dos jornais de grande circulação e considerado menos à direita, no verbete Tensão Jornalística, afirma que ?em princípio o noticiário que a Folha publica é importante, grave e/ou dramático. Os textos e sua edição devem refletir esse clima de tensão nervosa, resultado da necessidade de dizer coisas importantes em pouco tempo e em pouco espaço. Se essa tensão não transparece, o jornal transmite um clima de preguiça e complacência?.

Além destas pressões, a própria inserção de classe, a ?cosmologia? pessoal de certos jornalistas influenciam este processo de mascaramento da verdade, praticado largamente no ofício, e mais ainda em momentos de crise. É como se se pudesse deixar de escolher um lado para falar, enquanto noticiam um mundo sangrando, num cenário de fome e horror, armado no Terceiro Mundo pelo Centro rico e perverso. Milhões morrem de fome, sem casa e sem trabalho, errando no campo e na cidade, como o homem do neolítico. Qual jornalista pode deixar de ver?

Bem assentado na pequena burguesia, é difícil para o jornalista ter isenção e ângulos de visão que o façam enxergar a realidade. É difícil ter lucidez para enxergar o horror das privações que a sua condição social o privou de sentir na pele. E essa isenção fica quase impossível, quando, descolados da pequena burguesia, alguns deles passam a ganhar como nababos de emissoras globais e viram eles mesmos destacados membros da elite.

Quando a Ana Paula Padrão, milionária e perfumada, coloca o véu para entrevistar e fotografar as mulheres afegãs livres da burca, ela tenta provar que elas estão finalmente livres. Mas só consegue cometer, no mínimo, duas mentiras: de que, ao colocar o véu, ela compartilha da opressão e da miséria da mulher afegã; e a de que a retirada da burca representa, por si, a libertação daquelas mulheres miseráveis.

Artificialmente solidária naquele cenário de desolação, guerra e miséria, a impassível e rica âncora global vomita sua pequenez histórica. Ali ela é covarde e cúmplice. Dá voltas sobre o próprio umbigo, veste o véu, e finge não ver a verdade sob a burca. Disfarça e justifica o opressor no local de sua ação sórdida. Lá mesmo, no local da guerra que os EUA promovem com falsos objetivos propagandeados e os verdadeiros ocultos pela burca da mídia.

PS 1

Tá na cara que, ao promoverem o conflito, os EUA estão de olho é no petróleo do Oriente Médio. Para isso mesmo ajudaram a construir o Estado de Israel, 50 anos atrás, dentro das terras que há mais de 2 mil anos pertencem aos palestinos. E, através deste Estado, promovem massacres de palestinos, como os de Sabra e Chattila. Como o atual. Só não vê quem não quer.

PS 2

O EUA querem também, com a guerra no Oriente Médio, e não só no Afeganistão, dinamizar sua economia gigantesca e simultaneamente parasitária – que comete o paradoxo de não poder mais crescer e não poder parar de crescer – pela via da indústria bélica. E os atentados de 11 de setembro foram muito úteis para isso. Neste dezembro, o Congresso deles aprovou aumento gigantesco de gastos para a indústria de armamentos. O Estado lá ordena o de cá a cortar gastos, e é obedecido. Mas gasta horrores quando se trata de proteger a produção e o emprego deles.

PS 3

E este mesmo imperialismo sangrento e voraz faz aprovar leis que dificultam a entrada de produtos brasileiros no mercado deles, como o aço, o suco de laranja e outros. Este episódio do ?fast track? não é um ótimo prenúncio das ?vantagens? que a ALCA poderia nos trazer? Afinal, os EUA são os verdadeiros reis da lei de Gérson: gostam de levar vantagem em tudo, certo? Ou seria, OK? (Maria Maia é autora do livro ?Vila Lobos Alma Brasileira?, coleção Identidade Brasileira, Ed. Contraponto, 2000)"