Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Casa do artista

MTV

A idéia de expor a vida cotidiana de artistas famosos ao público não ocorreu só a Sílvio Santos. Como relata Jim Rutenberg [The New York Times, 21/1/02], a MTV americana anunciou a estréia, no dia 5 de março, de um novo programa nesta mesma linha, só que consideravelmente mais bizarro. Resultado de um trabalho de cinco meses de gravações, a nova atração se dedica unicamente a um artista: o roqueiro Ozzy Osbourne. É a evolução de um quadro do programa Cribs, no qual a MTV mostra como vivem as estrelas da música.

Em The Osbournes, os espectadores poderão acompanhar os detalhes da vida do cinqüentão radical e sua família. A MTV quer, com isso, inverter o conceito de reality shows: em vez de mostrar pessoas comuns em situações incomuns (como acontece em Survivor, o No limite americano), mostrará pessoas incomuns em situações comuns. Será possível, por exemplo, conferir como Ozzy e sua mulher repreendem a filha adolescente por ter feito uma tatuagem ? adereço, aliás, que o cantor tem em quantidade. Em outro momento, mostra-se a mudança de casa da família. De repente, entre outras tantas caixas de papelão, a câmera enquadra uma com a etiqueta "coisas mortas". O programa mostra, enfim, fatos normais em qualquer mansão de roqueiro satânico em Beverly Hills.

Perguntado por que aceitou expor-se desta maneira, Ozzy respondeu que queria mostrar sua versão dos valores familiares. "O que é uma família normal?", indagou. "Eu sei que não sou normal, e nem passo perto disso, mas quais são os parâmetros que todos devemos seguir?"

 

CBS

Em tempos de caça a bin Laden, o maior vilão de todos os tempos, Adolf Hitler, vai voltar às telas nos Estados Unidos. A CBS está desenvolvendo minissérie de quatro horas sobre a vida do ditador, baseada no livro "Hitler: 1889-1936 Hubris", do historiador Ian Kershaw.

O projeto, que deve ir ao ar na temporada 2002/03, pretende dar um enfoque novo ao tema, desvencilhando-se do sensacionalismo com que normalmente o nazismo é retratado, e buscando maior precis&atildeatilde;o histórica. "Estamos contando a história de um anti-herói, e ele é o personagem principal", explica o produtor executivo Ed Gernon. Uma boa parte da série deve se ater a como Hitler chegou ao poder e fez o que fez, sem, contudo, fixar-se tanto no nazismo em geral e nas atitudes políticas do führer.

"Queremos fazer um trabalho que é perigoso, e realmente corajoso", afirma Gernon. De fato, quando se trata de nazismo, a imparcialidade pode eventualmente ser muito malvista. Segundo a CBS e sua parceira no projeto, a canadense Alliance-Atlantis, não será feito nenhum esforço para tornar o ditador uma figura simpática, mas seu lado mau, que é normalmente enfatizado, tampouco será aumentado. Gernon conclui: "Vamos colocar a história aos pés da audiência e deixá-la decidir."

Segundo Joseph Adalian [Variety, 22/1/02], outra produtora canadense está preparando um filme de ficção sobre a juventude pobre de Hitler. Estrelando Noah Taylor, o filme se chamará Max, e terá também John Cusack no elenco.