Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Centenária e moderninha

MONITOR DA IMPRENSA


ATLANTIC MONTHLY

Como transformar uma revista com 144 anos de idade em uma publicação tão moderna que faz os leitores esvaziarem em poucas horas as estantes das bancas?

Michael Kelly, editor-chefe da Atlantic Monthly, gastou milhões de dólares para replanejar a revista, adicionando uma capa rica em arte e contratando novos jornalistas, ao mesmo tempo mantendo a fórmula estrutural. Conforme artigo de Alex Kuczynski [The New York Times, 17/1/01], Kelly assumiu seu posto no começo do ano passado – quando a revista mudou de dono e o antigo editor, William Whitworth, demitiu-se após duas décadas no cargo.

Atlantic Monthly é um dos veículos mais antigos dos Estados Unidos. Fundada em 1857, em Boston, seus primeiros editores viam-na como o antídoto ianque descolado para revistas intelectualóides que desabrochavam em Nova York – como a Harper’s Magazine, fundada no mesmo ano e considerada mais vanguardista.

Mortimer B. Zuckerman, proprietário da Atlantic até 1999, orgulhava-se de possuir uma publicação considerada líder de opinião, mas, ao mesmo tempo, não investia muito dinheiro nela. A sorte da revista só mudou no ano seguinte, quando Zuckerman vendeu a publicação, por 10 milhões de dólares, para David G. Bradley, dono do National Journal Group.

Editoras de livro, segundo Kelly, carregam uma lição que a indústria de revistas esquece. "Há muitas pessoas por aí que amam ler, e quando se dá a elas bons textos, mergulham na leitura", disse. "Não vivemos em um mundo onde pessoas pararam de ler bons textos. Vivemos em um mundo onde revistas pararam de publicá-los."

Os concorrentes de Kelly e da Atlantic são rápidos em criticá-los. John R. MacArthur, publisher da Harper’s Magazine, disse que não vê ameaça na nova e recheada Atlantic, cuja circulação é de 470 mil, comparada aos 205 mil da Harper’s.

RÚSSIA

Ted Turner, fundador da CNN, quer garantias de liberdade de imprensa do presidente russo Vladimir Putin em seu acordo pelo controle parcial da NTV. Ele e um grupo de investidores concordaram com a negociação de 300 milhões de dólares pela manutenção da única emissora independente da Rússia fora das mãos do governo – mas apenas se Putin prometer pessoalmente a Turner que não fechará a emissora.

Após representantes de Turner não terem sido recebidos por um oficial sênior do Kremlin, o presidente da CNN quer conversar diretamente com Putin para obter garantias de que o governo dará liberdade jornalística à NTV. A promessa de Putin selaria o acordo, segundo Susan B. Glasser [The Washington Post, 20/1/01].

Turner confirmou seu interesse em adquirir uma fatia da NTV. Com o acordo pendente, procuradores russos intensificaram a pressão sobre Vladimir Gusinsky, magnata russo fundador da Media-Most, conglomerado que controla a NTV. Gusinsky está atualmente sob prisão domiciliar da Espanha, lutando contra um pedido de extradição.

Os mesmos procuradores prenderam Anton Titov, chefe do departamento financeiro da Media-Most, sem apresentar acusações.

POR FORA

A Gannett Co. pagou à Chiquita Brands International Inc. 14 milhões de dólares em acordo extra-Corte devido à exposição da companhia das bananas pelo Cincinnati Enquirer.

De acordo com a Associated Press (23/1/01), a soma foi incluída nos documentos arquivados na Suprema Corte do distrito de Columbia, como parte do processo do ex-editor do Enquirer, Lawrence K. Beaupre, contra o jornal, que pertence à Gannett.

O montante do acordo foi mantido em segredo por dois anos.

A causa de Beaupre, não especificando danos, alega que os principais executivos da Gannett supervisionaram de perto o trabalho de uma edição do Enquirer, em maio de 1998, que questionava as práticas da Chiquita na América Central. Segundo o ex-editor, os mesmos executivos culparam-no quando os problemas surgiram após a publicação.

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