Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cinco jornalistas mortos nas Filipinas

VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

A ONG Repórteres Sem Fronteiras [2/9] noticiou que cinco jornalistas foram mortos nas Filipinas apenas neste ano. O último, Rico Ramirez, um radiojornalista, foi assassinado aparentemente por indivíduos do submundo das drogas que ele havia criticado, na cidade de São Francisco, no norte da ilha Mindanao.

No dia anterior a sua morte, ocorrida em 20/8 e divulgada apenas em 2/9, foi assassinado Noel Villarante, outro jornalista de rádio.

Ramirez, que trabalhava na estação de rádio dzSF, foi assassinado por dois homens armados. Ainda não se têm pistas sobre os assassinos, mas a crítica recente do jornalista ao crime organizado e a traficantes de drogas indica que os culpados sejam desse meio.

Desde 1986, 41 jornalistas foram mortos no país, aparentemente em decorrência da profissão.

Neste ano, além de Ramirez e Villarante, morreram John Villanueva, da estação de rádio dzGB-AM (28/4), Apolinario "Polly" Podeba, da rádio dwTI-AM (17/5) e Bonifacio Gregorio, do semanário local Dyaryo Banat (8/7).

No dia 4/9, a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês) condenou a forte pressão do governo da Argélia sobre a mídia privada do país, além da "perseguição intolerável" a diversos jornalistas locais. Em comunicado público [IFJ, 4/9], disse que há cada vez mais evidências de pressão política sobre a mídia independente com a aproximação das eleições no ano que vem.

O governo argeliano intimou sete jornalistas que trabalhavam para o jornal Liberté, sem qualquer explicação da polícia. São eles o editor-administrativo Farid Alilat, o ex-editor-administrativo Outoudert Abrous, o colunista Mustapha Hammouche, o editor Saïd Chekri, o cartunista Ali Dilem e os repórteres Mourad Belaïdi e Rafik Benkaci.

Uma semana antes, Alilat e muitos outros jornalistas do Liberté tornaram-se alvos do Estado argelino devido a publicações de denúncias de corrupção no alto escalão do governo.

Nem três semanas de trégua

No dia 18/8, a IFJ havia protestado contra a suspensão de sete diários independentes argelinos. A suspensão fora justificada oficialmente por irregularidades comerciais. Todos os jornais afetados eram independentes. Le Soir d?Algérie, Liberté, el-Watan, Le Matin, el-Khabar, l?Expression e er-Raï haviam recebido, na semana anterior, um ultimato para acertarem as dívidas com as fábricas de impressão, todas estatais. Caso contrário, a publicação cessaria.

Cinco desses jornais pagaram suas dívidas e retomaram suas atividades, mas tanto o l’Expression quanto o Er-Raï foram forçados a interromper o trabalho. A IFJ está pedindo ao governo argelino a rescisão das suspensões e o reconhecimento dos direitos democráticos de toda a mídia, seja independente ou estatal, de criticar o regime vigente no país.

O canal de TV árabe al-Jazira disse no dia 5/9 que a polícia espanhola prendeu um de seus mais renomados correspondentes de guerra sob acusação de que ele pertence à rede terrorista al-Qaeda.

A emissora disse que a polícia deteve Tayseer Alouni, que ficou famoso no mundo árabe cobrindo a guerra dos EUA no Afeganistão e no Iraque de sua casa, em Granada, sul da Espanha.

De acordo com a Reuters [5/9], fontes da polícia espanhola confirmaram a prisão de Alouni. A mulher do jornalista disse à al-Jazira que o acusaram de ter ligações com uma célula da al-Qaeda capturada na Espanha.

Alouni cobriu a queda do regime Talibã no Afeganistão e ficou conhecido por conseguir declarações de Osama bin Laden e outros membros da al-Qaeda para a al-Jazira, após o 11 de setembro.

Os EUA já inferiram que o canal, um dos mais assistidos no mundo árabe, com cerca de 35 milhões de espectadores, apoiava o Talibã e bin Laden. Sediada no Qatar, a estação também foi alvo de críticas dos EUA e da Grã-Bretanha por uma cobertura supostamente pró-iraquiana durante a guerra ao Iraque.

Até alguns acadêmicos árabes consideram a cobertura da al-Jazira sensacionalista e acusam-na de veicular propaganda do governo iraquiano para ganhar acesso exclusivo a eventos.