Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Confiança e comerciais de guerra

JORNALISTAS NO FRONT

Devido à política interna de não aceitar advocacy ads (anúncios que fazem propaganda de uma causa), as redes MTV, CNN, ABC, CBS e NBC estão recusando comerciais contra e a favor da guerra no Iraque. Os anúncios, estrelados por artistas como Susan Sarandon e Martin Sheen ? contra a invasão americana ? e Fred Thompson, ator e ex-senador republicano, a favor guerra, acabaram veiculados pelas emissoras através de operadoras e afiliadas locais que não fazem restrições quanto à venda de espaço comercial. Os telespectadores da MTV de Nova York e Los Angeles, por exemplo, poderão assistir à campanha da organização Not in Our Name ("Não em nosso nome"), que se opõe à guerra, rejeitada pela rede. Segundo Nat Ives [New York Times, 13/3/03], a CNN não aceita advocacy ads relacionados a regiões em conflito, nem a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes, ou mesmo comerciais de apoio a Israel.

Maioria unilateral

A CNN e a Fox são as emissoras de TV mais confiáveis para o público americano, revela pesquisa da Sacred Heart University Polling Institute. De acordo com o estudo Trusting Our Media During Trying Times (Confiando em nossa mídia durante tempos difíceis), 27% dos entrevistados acreditam em todo ou quase todo o noticiário, 60% acreditam em apenas algumas matérias e 12,5% declararam não confiar em nenhuma. Para 28%, a televisão é a fonte de notícias mais confiável, seguida pelos jornais de âmbito nacional (26%), jornais locais (21%) e pelo rádio (13%). A CNN foi considerada a mais confiável por 24% das pessoas; 19% elegeram a Fox e 12%, a NBC.

Tobin A. Coleman [The Stamford Advocate, 13/3/03] conta que a pesquisa apurou a opinião dos entrevistados em relação à crise com o Iraque. Entre eles, 54% apóiam uma ação militar unilateral contra o país; o apoio chega a 69% caso a ONU venha a dar aprovação. Para 79% das pessoas, a imprensa americana tem idéias próprias e tenta influenciar a opinião pública: 39% acham que ela é liberal, 31% a consideram moderada e 13% a julgam conservadora. A pesquisa entrevistou 1.001 adultos de 1o a 7/3, e a margem de erro é de 3%.