Wednesday, 08 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Consultor Jurídico

INTERNET GRATUITA

“Provedores Gratuitos criam Comitê Nacional”, copyright Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), 31/1/03

“Provedores de acesso grátis à Internet, entre eles o BR Free, Estadão, iBest, iG, POP, Ubbi e Yahoo! Brasil, lançaram o Comitê Nacional dos Provedores Gratuitos. Matinas Suzuki, do iG é o secretário de comunicação; João Ayres da Silva Filho (Cidade Internet), secretário de mobilização; e Bruno Fiorentini Jr (Yahoo!), secretário de assuntos jurídicos.

O comitê defende a palavra de ordem ?Pela democratização da Internet brasileira?. De acordo com o secretário geral do comitê e presidente do provedor BR Free, Leonardo Malta Leonel, o Comitê foi criado pelas lideranças do provimento gratuito com o objetivo de defender a bandeira do acesso grátis. ?O acesso gratuito é um marco da democratização da Internet e entendemos que este modelo tem que evoluir e não ser destruído?, defende Leonel.

?Estão querendo generalizar a Internet grátis e esquecem que existem vários modelos operando hoje no País. Os bancos possuem um modelo, os sites outro e cada portal uma estratégia diferente?, argumenta Leonel. ?Todos esses modelos têm o apelo da Internet grátis e são importantes na inclusão digital?.

No entender do comitê, os interesses da maioria dos usuários de Internet estão sendo esquecidos pela entidade de classe dos provedores e por quem defende o fim do acesso grátis. ?Não queremos brigar com nenhum provedor pago ou com a Anatel. Queremos defender o modelo de acesso gratuito e seus usuários. No momento que a associação que representa os provedores é contra o acesso gratuito, nós somos o Plano B?, conclui. Fonte: O Estado de S.Paulo.”

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“Anatel prorroga Consulta Pública até 15 de fevereiro”, copyright Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), 31/1/03

?Em função do expressivo volume de comentários e contribuições recebidos, principalmente após as audiências públicas realizadas em Brasília (16/01) e em São Paulo (17/01), o Conselho Diretor da Anatel decidiu prorrogar até as 24hs do dia 15 de fevereiro o prazo para contribuições à Consulta Pública n? 417 – proposta de Regulamento de Uso de Serviços de Rede de Telecomunicações no Acesso a Serviços Internet, por meio do Sistema Interativo de Acompanhamento de Consulta Pública, disponível no site da Anatel. A prorrogação deverá ser publicada no DOU de segunda-feira, dia 3.

Até a realização das audiências, promovidas para esclarecer à sociedade e ao cidadão em geral os aspectos principais da Consulta Pública n? 417, a Anatel havia recebido 698 comentários e contribuições de pessoas físicas, apenas pelo sistema interativo. Nos 13 dias seguintes às audiências, ou seja, até as 18hs desta quinta-feira, dia 30, o volume saltou para mais de 800 contribuições. A Agência ainda não contabilizou o montante de comentários e contribuições recebido por meio de fax, correspondência e e-mail.

?O volume expressivo de contribuições dentro do Sistema além de um grande número de comentários feitos por meio de fax, correspondência e e-mail nos levaram a tomar a decisão de prorrogar em mais 15 dias o encerramento da Consulta Pública?, disse nesta sexta-feira, dia 31, o superintendente de Universalização, Edmundo Matarazzo.

O destaque dado pela mídia durante a realização das audiências públicas, promovendo o debate sobre o assunto, motivou uma maior participação dos usuários na consulta, o que pesou também na decisão de se prorrogar o prazo. ?Estamos oferecendo uma maior oportunidade para os usuários residenciais participarem?, ressaltou.

Todas as 698 sugestões recebidas antes das audiências públicas foram feitas por usuários residenciais. Às 18h de ontem o número era de 804, o que significou um aumento de 106 contribuições nos últimos 13 dias, representando um índice de aumento de 15,1%. A Agência receberá até as 18hs do dia 10 de fevereiro as contribuições e manifestações feitas por e-mail, carta e fax. No dia 17 de março, será divulgado o resultado do montante de contribuições recebidas.

Dois modelos

Há dois modelos explicitados no regulamento para o Uso de Serviços e Redes de Telecomunicações no Acesso a Serviços Internet. O primeiro é o código não-geográfico, ou seja, que independe da região de onde o usuário liga. Assim como há o 0500 e o 0300, a Agência propõe criação do 0700, que seria exclusivo do acesso à Internet. A segunda opção é um código de quatro dígitos, o 1700, utilizado para acesso a um serviço de comunicação de dados, oferecendo assim um outro serviço para suporte ao acesso à Internet. Essa rede ficaria responsável por conectar o usuário à Web.?”

“Internet gratuita fracassa nos EUA e no Canadá”, copyright Mundo Digital (http://noticias.uol.com.br/mundodigital), 31/1/03

“A alta do mercado de Internet, entre 1998 e 2000, criou uma nova forma de negócio nos EUA e no Canadá que desabou tão rápido quanto nasceu: o provimento de acesso gratuito. O modelo adotado -a sustentação do negócio por meio da venda de publicidade online- provou ser equivocado quando as empresas da nova economia passaram a ser vistas como um mico financeiro.

A receita publicitária caiu, e a maioria dos provedores gratuitos foi obrigada a rever sua estratégia de negócios para permanecer no jogo. Quem insistiu na mesma linha perdeu dinheiro e acabou fechando (o mesmo aconteceu no Brasil).

Segundo dados do ano passado do Epinions.com, dos 343 provedores americanos gratuitos, pelo menos 316 fecharam as portas por dificuldades financeiras num intervalo de dois anos. Os 27 restantes mudaram os rumos de seu negócio, optando por oferecer acesso gratuito por um período pré-determinado.

Findo o tira-gosto, o internauta que gostou do que viu paga uma mensalidade em torno de US$ 10 -que pode chegar a até US$ 40 se ele quiser usar todos os serviços de valor agregado oferecido pela empresa: mais espaço na caixa-postal, e-mails adicionais, álbum de fotos online, hospedagem de site, espaço no servidor, registro de domínios.

A esses 27 provedores semi-gratuitos somam-se centenas de ?discount ISPs?. São provedores de acesso que oferecem o básico por um preço menor do que o serviço completo. E como eles ganham dinheiro? Com a venda de publicidade online e dos serviços de valor agregado.

De meados de 2002, quando saiu o levantamento do Epinions, para cá, os 27 provedores gratuitos que ainda se mantiveram de pé foram reduzidos a 14. Ou fecharam ou se uniram. O United Online, por exemplo, surgiu de uma fusão entre Juno, NetZero e BlueLight, os três provedores gratuitos mais populares dos EUA. Eles nasceram como provedores de acesso gratuito, viraram provedores de acesso e serviço de valor agregado e quase faliram. O United Online ainda está no jogo, com cerca de 5 milhões de assinantes.

O fracasso da Internet gratuita nos Estados Unidos se deve não apenas ao estouro da bolha da nova economia e à queda de publicidade online. O modelo de telecomunicações do país não ajuda em nada. Lá, não importa o tempo que demora uma ligação local, o usuário paga apenas um pulso.

Ao contrário do que ocorre na Argentina, não é negócio para as teles americanas remunerar provedores gratuitos. Elas não ganham dinheiro com o aumento do tráfego local, por isso, cobram dos provedores o uso da sua infra-estrutura de rede e as portas de comunicação. Para os gratuitos, esse esquema ajudou a enterrar o negócio.

No Canadá não há provimento de acesso gratuito. Depois da malfadada aventura do setor, não sobrou nenhuma empresa que continuasse a prover acesso livre contando com o dinheiro da publicidade. A United Online tem um braço da Juno no Canadá, e os próprios provedores pagos têm de concorrer com as operadoras de telefonia canadense, que podem legalmente oferecer acesso dial-up e banda larga aos seus assinantes.

Veja abaixo alguns provedores gratuitos que não deram certo nos EUA e no Canadá:

1 Nation Online (1NOL)

Oferecia acesso gratuito à Internet sem banners, mas fechou em 2000. Hoje, o domínio 1nol remete a uma página com sites de saúde.

1stUp

Empresa de acesso gratuito que fornecia o serviço e a infra-estrutura de telecomunicações para mais de cem ISPs (Internet Service Providers), incluindo AltaVista, Lycos, MyPoints e Excite. Por decisão de seu controlador, o Grupo CMGI, fechou em dezembro de 2000, após seguidos prejuízos e levando seus parceiros a colocar um ponto final no provimento de acesso.

3Web

Oferecia acesso livre à Internet no Canadá, mas, em julho de 2001, abandonou o modelo e passou a cobrar pelo serviço.

Bluelight

O provedor gratuito parou de aceitar novos usuários em março de 2001. Cinco meses depois, passou a oferecer somente acesso pago. Acabou sendo comprado pela United Online.

FreeInternet (FreeI.net)

Fechou as portas em 2000. Os usuários cadastrados foram transferidos para o provedor gratuito NetZero, que mais tarde uniu-se ao Juno.

Freelane (Excite)

Depois do fechamento da 1stUp, tentou continuar no ramo de provimento gratuito por alguns meses, até que, em março de 2001, encerrou suas atividades.

FreeWWWeb

Oferecia acesso gratuito esperando obter receita somente com a venda de banners. Fechou em 2000 com a anuência dos usuários, que reclamavam da lentidão do serviço e das constantes quedas de conexão. Os cadastrados foram transferidos para o Juno, que se fundiu mais tarde com o NetZero.

Funcow

Provia acesso gratuito no Canadá. Encerrou as operações em maio de 2001.

iFreedom

Fechou em 2000 e seus usuários foram transferidos para o NetZero.

InFree/OnFree

Costumava oferecer acesso gratuito sem banners. Mudou para o serviço pago e meses depois acabou fechando, dando um ?calote? nos assinantes que pagaram um ano todo de assinatura do serviço.

NetZero

Começou a oferecer acesso gratuito em 1998. Um ano depois, suas ações passaram a ser negociadas na Nasdaq. Em 2000, já em dificuldades financeiras, recebeu investimentos da Qualcomm e passou a oferecer também acesso pago em março de 2001. Três meses depois, anunciou fusão com outro provedor gratuito, o Juno, que também adotou um modelo pago.

Juno Online

Começou em 1995 oferecendo serviços básicos. Três anos depois, lançou o serviço de acesso pago e migrou em seguida para o provimento gratuito. Em 2000, passando por situação financeira difícil, após queda na receita de venda de publicidade, fundiu-se com a NetZero, criando a United Online, de acesso pago a serviços de valor agregado, mas com acesso gratuito.

Start Free

Esse provedor gratuito durou menos de dois anos. Não obteve receita necessária para se manter no ar e fechou.

WorldShare

Oferecia acesso gratuito sem receita publicitária. Tentou mudar para modelo com banners, mas acabou desistindo da idéia e do acesso gratuito. Agora só oferece serviço pago.

WorldSpy

Oferecia acesso gratuito e não contava com a receita de banners para se manter. Acabou fechando e tendo seus usuários transferidos para o Juno.”

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“Gartner prevê fim da Internet grátis na AL”, copyright Mundo Digital (http://noticias.uol.com.br/mundodigital), 31/1/03

“O provimento de acesso gratuito vai acabar na América Latina. A previsão consta da última análise do mercado de Internet latino-americano feita pelo Gartner Dataquest em janeiro deste ano, com projeções até 2006. O Gartner Dataquest é um braço do Gartner Group, a principal consultoria independente para tecnologia e telecomunicações no mundo.

?Dentro de um ou dois anos, o modelo de negócios dos provedores gratuitos passará por um teste decisivo com o modelo pago?, diz o documento. ?E o pago sairá vitorioso por vários motivos?.

Duas das seis razões apontadas para o fim do acesso livre estão relacionadas com a publicidade online -base de sustentação da maioria dos gratuitos. Hoje provedores pagos e gratuitos de todo o mundo disputam os 2% da publicidade mundial destinada aos veículos online. E os anunciantes estão ficando cada vez mais criteriosos na hora de decidir onde colocar seu dinheiro.

Pelo que diz o Gartner, os provedores gratuitos não são vistos como veículo ideal para anunciar, pois não podem fornecer dados concretos sobre o número de usuários.

A imprecisão dos dados, segundo o Gartner, deve-se à duplicidade de assinaturas, que torna as estatísticas do acesso livre pouco confiáveis. ?Hoje, muitos assinantes do serviço pago usam os provedores gratuitos apenas como backup. No passado isso ajudou a inflar as estimativas de número de usuários, mas não há necessidade de duas assinaturas?, diz a analista Marta Kyndia no documento.

Apesar de os provedores gratuitos terem colaborado para o aumento do número de internautas na região -segundo o Gartner, saltou de 5,8 milhões, em 2002, para 14,7 milhões em janeiro de 2003-, eles não devem resistir ao declínio da receita da venda de publicidade nem mesmo em países em que o modelo de negócios é considerado um sucesso, como na Argentina.

Na Argentina, as centenas de provedores gratuitos não têm gastos com infra-estrutura de acesso e recebem das duas telefônicas locais parte da receita gerada pelo aumento do tráfego na rede.

?Os provedores gratuitos argentinos atraem usuários, mas não estão ganhando dinheiro, pois a receita de anunciantes secou?, justifica o Gartner. A queda na receita de anunciantes já levou ao fim da Internet livre no Brasil. Os provedores gratuitos que sobreviveram à crise da nova economia não dependem integralmente da receita publicitária e têm acordo com operadoras de telefonia que lhes garante custos de conexão zero ou reduzidos.

No México, o acesso livre nem existe mais. Os dois principais provedores gratuitos, Terra e Tutopia, mudaram para o modelo pago no começo do ano passado, depois de uma temporada fracassada tentando conquistar um internauta já acostumado a usar o Prodigy, provedor pago da Telmex, a operadora de telefonia local. Esse provedor detém 60% do mercado mexicano.

Para se manter no negócio sem a receita da publicidade, os provedores gratuitos terão de oferecer -e cobrar- a seus usuários serviços de valor agregado, como mais espaço na caixa postal, hospedagem de site e e-mails adicionais. Deixariam, portanto, de ser gratuitos.

Na América do Norte, essa mudança para o serviço semi-gratuito (acesso livre, com vantagens pagas) exigida pela queda de publicidade não revelou-se um bom negócio.

As duas últimas razões apontadas pelo Gartner para o fim da Internet gratuita referem-se à qualidade dos serviços e à estratégia de negócios. A qualidade oferecida pelos provedores gratuitos é tida como mais baixa que a oferecida pelos pagos, afirma o relatório, que diz ainda que os gratuitos enfrentarão estratégias cada vez mais agressivas dos provedores pagos, como a redução de preços de mensalidade sem comprometimento da qualidade dos serviços.

Mudança de rumo

Apesar do cenário favorável, os provedores pagos não devem ficar de braços cruzados se quiserem se manter no jogo. Segundo o Gartner, pequenos e médios provedores devem oferecer serviços personalizados e procurar um nicho, como o setor corporativo. Já os provedores grandes devem oferecer uma gama maior de serviços que inclua hospedagem de site, comércio eletrônico e acesso banda larga por ADSL, cabo e fibra ótica.”

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