Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Contato suspeito

BBC

Sean O?Neill, em matéria para o jornal britânico Daily Telegraph (3/11/01), revela que a BBC não informou à polícia ter recebido o telefonema de um suposto representante da al-Qaeda, organização terrorista liderada por Osama bin Laden. A ligação foi feita na manhã de quinta-feira ao serviço em língua árabe da corporação, minutos antes de receberem por fax o comunicado de bin Laden encorajando paquistaneses a derrubar o presidente Musharraf.

Embora a pessoa alegasse estar fora da Inglaterra, o telefone da sucursal indicava que a ligação fora feita de Londres. Os repórteres tentaram retornar ao número captado, sem sucesso. Segundo fontes internas da BBC, o contato não foi informado às autoridades porque se temia que o número havia sido perdido.

A polícia está investigando o caso, mas declarou que as chances de encontrar a pessoa são remotas graças ao atraso. "Distribuir comunicados do interesse de terroristas é um crime. Gostaríamos de ter sido informados", reclamaram as autoridades. A porta-voz da rede explica que a equipe não pode afirmar definitivamente que se tratava de um representante da al-Qaeda. "Como qualquer organização noticiosa, nós rotineiramente não chamamos a polícia."

A BBC-TV News está usando a internet para transmitir vídeos entre as sucursais, esperando substituir as caras transmissões via satélite. Steve Gold [Newsbytes.com, 5/11/01] conta que o primeiro teste foi feito no começo de outubro. O arquivo, de 163 megabytes, foi editado pela equipe de Miami e enviado à BBC de Londres; a transferência durou 40 minutos e custou muito menos do que a mesma operação via satélite.

A sucursal de Miami agora usa esta tecnologia rotineiramente. "Não se trata apenas de economizar. Usando a internet, nossa equipe pode preparar muito mais boletins noticiosos e enviá-los a Londres para transmitir", disse Chris Reed, diretor da BBC TV.

Em poucas semanas, a BBC deve lançar um novo sítio destinado a usuários internacionais, em uma tentativa de capitalizar a demanda por notícias mundiais desde os atentados. O sítio deve ser desenvolvido por uma divisão que reúne o canal comercial BBC World e BBC World Service, financiado pelo governo.

Ashley Highfield, diretor de novas mídias e tecnologia da BBC, causou alvoroço entre os concorrentes ao sugerir que o sítio viveria de faturamento publicitário. Meses depois, Highfield admitiu que a idéia é impraticável porque, segundo Owen Gibson [The Guardian, 7/11/01], não haveria como saber de que lugar do mundo os usuários estavam vendo a página, desnorteando os anunciantes quanto ao público-alvo – já que será muito diversificado ? ou mesmo quanto à existência de determinado produto no país de origem do internauta.